A médica Nadia Tamyres presa neste domingo, 16, após matar a tiros o ex-marido, o médico Alan Carlos de Lima Cavalcante, em Arapiraca, teria dito a pessoas próximas que, caso perdesse a guarda da filha, mataria a criança e depois se mataria.

Segundo informações da Polícia Civil, na semana anterior ao crime, ocorreu audiência sobre a guarda, na qual ficou definido que Alan poderia visitar a filha uma vez por semana. A polícia registrou que Nadia demonstrou insatisfação com a decisão e teria feito o relato sobre matar a filha a pessoas de confiança.

Após o homicídio, policiais buscaram a criança na casa da avó materna, onde constataram que não havia risco imediato. O Conselho Tutelar foi acionado e, após análise judicial, a menina permaneceu sob responsabilidade da avó.

O Ministério Público recebeu denúncia, em junho de 2025, sobre violência doméstica e psicológica envolvendo Alan. O processo foi aceito pela Justiça em setembro. O material inclui boletins, relatos de controle financeiro e registros de agressões.

A denúncia também contém episódio no qual a mãe afirma ter visto Alan tocando a filha, fato que motivou indiciamento por suspeita de abuso. Os documentos registram ainda que o médico teria colocado remédios na bolsa da ex-esposa e gravado vídeo usado como ameaça.

O processo reúne também relatos de agressões físicas desde 2020. Segundo a denúncia, houve queda após retorno de plantão, tentativa de torção do braço e conflitos durante a gestação. Esses elementos foram enviados ao Ministério Público.

O caso

No domingo, 16, câmeras registraram o momento em que Nadia desceu de um Jeep e atirou contra Alan, que estava dentro do carro em frente à UBS do Sítio Capim. Testemunhas afirmaram que ela disse que já havia anunciado que cometeria o ato.

Após os disparos, a médica tentou fugir em direção a Maceió. Ela foi localizada e detida. A Polícia Civil confirmou a prisão e informou que as imagens e relatos integrarão o processo que apura o homicídio.