ELEIÇÕES 2018
Renan diz que candidatura de Meirelles "apequena" partido
Atrofiado nas pesquisas com 1% das intenções de voto, o pré-candidato à Presidência pelo MDB, Henrique Meirelles, apostará na força regional do seu partido e no tempo de TV para crescer na campanha.
Ao menos é essa a crença da sigla – que com 51 deputados tem a maior bancada da Câmara, para viabilizar seu candidato.
Carregando a impopularidade do presidente Michel Temer, Meirelles segue candidato por sentir um vácuo de opções no eleitorado de um modo geral. Bem como Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-ministro é forte nos bastidores, mas não convence o eleitorado.
Partido com a maior concentração de caciques regionais, o MDB pode entrar na disputa majoritária pela primeira vez desde a eleição de 1989, quando Ulysses Guimarães disputou, foi abandonado pelo partido e acabou em quinto lugar.
Sem o hábito da candidatura própria e com o presidente mais impopular da República, os rachas internos se ampliam.
Projeções do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, indicam que Meirelles terá cerca de 70% dos votos dos delegados emedebistas no dia 2. A planilha de Padilha contabiliza 443 votos dos 629 delegados.
A conta se choca, por exemplo, com a atuação de três fortes lideranças do MDB – os senadores Renan Calheiros (AL); Roberto Requião (PR) e Eunício Oliveira (CE) preferem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado na Lava Jato e preso desde abril.
Em carta a 800 correligionários, Renan disse que Meirelles apequena o partido e que ele será um “peso nocivo” para as candidaturas regionais. Seu filho, Renan Filho, tenta se reeleger governador de Alagoas.
Requião foi além. Nesta segunda, 23, Meirelles visitou Curitiba, reduto eleitoral do senador, e recebeu uma chuva de críticas. No Twitter, Requião não poupou o candidato de seu partido. “Hoje Meirelles passa por Curitiba, associação comercial, e visita sede do partido. Vocês perceberam que ninguém, no País, fala dele. Tchau Meirelles! Acorde para a realidade.”
Completou que ele deveria ser recebido pela “turma do camburão”, se referindo aos seus adversários políticos, como o ex-governador Beto Richa (PSDB). “O Meirelles representa este modelo ‘liberal’, bárbaro, que nos colocou na crise que vivemos. Erro brutal na condução da economia, ditadura dos bancos”, disparou.