ATRITOS
Carlos Bolsonaro ataca comunicação do Planalto e diz que equipe falha
Por Folhapress
30/04/2019 - 10:33
Atualização: 30/04/2019 - 10:38
Divulgação
O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente da República, usou as redes sociais nesta segunda, 29, para fazer críticas à estratégia de comunicação do Palácio do Planalto.
A crítica foi vista como um ataque ao ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, a quem a Secom (Secretaria de Comunicação Social) é ligada.
Segundo relatos feitos à Folha de S.Paulo foi Santos Cruz quem ordenou recuo do governo sobre determinação para que empresas estatais submetam previamente à avaliação da Secom campanhas publicitárias de natureza mercadológica. A polêmica ocorreu após Bolsonaro determinar suspensão de comercial do Banco do Brasil que mostrava jovens descolados e que desagradou o presidente.
O incidente relacionado ao BB é considerada a primeira crise criada pela equipe do empresário Fábio Wajngarten, que assumiu recentemente a Secom na tentativa de melhorar a comunicação do governo. Sua escolha contou com o aval da família Bolsonaro e com apoio do escritor Olavo de Carvalho, que exerce influência sobre os filhos do presidente e integrantes do primeiro escalão do governo.
Antes Bolsonaro também estuda realizar uma minirreforma ministerial que alteraria a configuração de três pastas ligadas diretamente ao Palácio do Planalto -Secretaria de Governo, Secretaria-Geral e Casa Civil. Pela proposta, a Secom -criticada por Carlos- continuaria sob responsabilidade de Santos Cruz.
Considerado o "pitbull" da família, Carlos é o mais próximo dos filhos de Bolsonaro que estão na política e gerencia os perfis pessoais do presidente nas redes sociais. Tal influência, somada ao seu temperamento explosivo, têm sido alvo de críticas de aliados de Bolsonaro.
O presidente, no entanto, já afirmou que Carlos foi responsável por sua eleição e deveria até ter um cargo de ministro em seu governo, embora não tenha demonstrado essa intenção. O vereador chegou a ter seu nome ventilado para a Secom no período de transição, com status de ministério.
Diante de críticas, Bolsonaro desistiu da ideia e manteve a Secom subordinada à Secretaria-Geral da Presidência -que começou tendo como titular Gustavo Bebianno, antigo braço direito do presidente e desafeto de Carlos.
Em meio ao escândalo revelado pela Folha das candidaturas de laranjas do PSL, uma postagem polêmica de Carlos agravou a crise que resultou na queda de Bebianno. Ele postou no Twitter que o então ministro havia mentido ao jornal O Globo ao dizer que conversara com Bolsonaro três vezes na véspera, negando a turbulência política causada pelas denúncias das candidaturas laranjas. O ataque foi endossado pelo próprio presidente, que na época se recuperava de uma cirurgia.