BRASÍLIA

Renan critica orçamento secreto supostamente negociado por Lira e elogia STF

R$ 1,2 bilhão das chamadas emendas de relator-geral foram distribuídas
Por Redação com agências 07/11/2021 - 07:59
Atualização: 07/11/2021 - 08:01
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Edilson Rodrigues/Fotos Públicas/Agência Senado
Renan Calheiros durante CPI da covid-19
Renan Calheiros durante CPI da covid-19

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), ex-relator da CPI da Pandemia, elogiou neste sábado, 7, a decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, de suspender o pagamento das emendas de relator e de pedir explicações à Câmara sobre a votação da PEC dos Precatórios.

"Controle público é premissa das democracias. Tudo que é clandestino sugere transgressões. Orçamento secreto não é compatível com o sistema democrático. Orçamento é uma peça pública, não privada", escreveu o senador no Twitter.

Segundo o político alagoano, a decisão do Supremo "freia a trapaça" orçamentária que teria sido criada pelo sigilo na destinação dos recursos públicos, além de "exigir transparência na votação do calote dos precatórios".

Reportagem publicada pelo jornal Estadão revelou que o deputado alagoano Arthur Lira (Progressistas-AL) supostamente teria negociado com outros parlamentares um empenho de R$ 1,2 bilhão das chamadas emendas de relator-geral na véspera da votação da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados, segundo informações reveladas pelo Estadão.

O valor foi liberado pelo presidente Jair Bolsonaro e o valor oferecido por interlocutores do Palácio do Planalto pelo voto de cada parlamentar teria sido de até R$ 15 milhões.

A proposta foi aprovada em primeiro turno na madrugada de quinta-feira, 4, com uma margem estreita — 312 a 144, apenas quatro votos acima dos 308 necessários.

No fim de outubro, quando senadores da cúpula da então CPI da Pandemia entregaram o relatório final à presidente do colegiado ao TCU (Tribunal de Contas da União), Ana Arraes, o senador Renan Calheiros aproveitou a oportunidade para rebater críticas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), de mesmo estado.

Contra a crítica de Lira, de que a CPI não poderia indiciar parlamentares federais por defender medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19, Calheiros revelou que o colegiado havia ameaçado investigar o orçamento secreto.

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