POLÍTICA

Lira afirma que blocão criado esta semana não é de oposição nem para chantagear governo

Presidente da Câmara avalia que a formação de dois grandes blocos parlamentares resultou de disputas por espaços internos
Por Agência Câmara 13/04/2023 - 15:27
Atualização: 13/04/2023 - 20:28
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Agência Câmara
Lira: "A Câmara não tem criado nenhuma dificuldade para o governo"
Lira: "A Câmara não tem criado nenhuma dificuldade para o governo"

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse à Globonews nesta quinta-feira, 13, que a formação de dois grandes blocos parlamentares resultou de disputas por espaços internos. Na quarta-feira (12), os líderes partidários de União Brasil, PP, Federação PSDB-Cidadania, PDT, PSB, Avante, Solidariedade e Patriota definiram a criação de um bloco com 173 parlamentares – superando o outro bloco existente na Câmara, formado por MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC, que reúne 142 deputados.

“Eu me divirto com as narrativas. O bloco formado ontem não é de oposição ao governo, não é para fazer chantagem contra o governo, e essas versões criadas e muitas vezes debatidas não ajudam neste momento”, afirmou o presidente.

“A Câmara não tem criado nenhuma dificuldade para o governo”, ressaltou Lira, lembrando que um acordo entre o Executivo e o Legislativo vai assegurar que, até agosto, um grupo de medidas provisórias será analisado em comissões mistas. Outras terão de ser reenviadas na forma de projetos com urgência constitucional. Na visão do presidente da Câmara, isso demonstra que os líderes da Casa, apesar de divergências com o Senado, apoiam a governabilidade, enquanto o Congresso não chega a uma solução sobre o rito legislativo ideal para medidas provisórias.

Arthur Lira ressalvou, porém, que serão necessárias conversas aprofundadas com o Executivo em torno de certos temas. Entre eles estão os chamados “jabutis tributários”, como o governo Lula classificou os benefícios fiscais a alguns setores, e o marco legal do saneamento, recém-alterado por um decreto presidencial.

O bloco parlamentar integrado por nove partidos, que somam 173 deputados, foi anunciado nesta quarta-feira, 12. O bloco passa a ser a maior força política em número de deputados. Durante o anúncio, o líder do União, deputado Elmar Nascimento (BA), informou que um rodízio de líderes “experientes e que estão mais afinados com o governo”, começando pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), defenderão “pautas prioritárias para o País”, que, segundo Nascimento, são medidas provisórias e alguns projetos com urgência constitucional.

O líder do PDT, deputado André Figueiredo (CE) rebateu críticas de que o novo bloco não tem convergência ideológica. “Fomos muito questionados por estarmos fazendo um bloco com partidos que não têm convergência ideológica, mas todos esses partidos têm uma convergência com a pauta democracia. Queremos, claro, fazer uma frente ampla que garanta governabilidade ao governo federal e um ponto de consenso em pautas que sejam importantes para o Brasil”, disse Figueiredo.

Fake news

O presidente da Câmara anunciou que, a partir de 26 de abril, o Plenário deverá discutir a proposta que trata do combate às fake news (PL 2630/20 e apensados). Ele disse que já se reuniu com o relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

Segundo Arthur Lira, os líderes partidários já avaliaram que o texto inclui medidas necessárias à regulamentação das redes sociais. O tema tem adquirido expressão especialmente após os recentes episódios de violência em escolas brasileiras.



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