AFUNDAMENTO DO SOLO
CVM pode apurar se Braskem subestimou crime ambiental em balanço
Petroquímica disse já ter desembolsado 7,5 bilhões de reais pelo estrago
A petroquímica Braskem pode ser alvo de investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O senador Renan Calheiros (MDB) pediu que a autarquia apure se a Braskem subestimou seu passivo ambiental pelo afundamento do solo em cinco bairros de Maceió, Alagoas. Calheiros enviou cópias do ofício ao Ministério da Fazenda e à Petrobras. Nesta terça-feira, 9, a petroquímica divulgou seus resultados do primeiro trimestre.relacionadas_esquerda
A Braskem declarou que suas provisões para reparar o que chama de “evento geológico de Alagoas” provocado pela exploração de sal-gema chegaram ao fim de março com saldo de 6,1 bilhões de reais. No total, disse já ter desembolsado 7,5 bilhões de reais pelo estrago.
O lucro líquido foi de 242 milhões de reais de janeiro a março de 2023, o que representa uma queda de 94% em relação aos R$ 3,9 bilhões de reais registrados no primeiro trimestre de 2022.
“Ressalte-se ainda que a efetiva apuração e correta divulgação dos valores dos passivos da Braskem S.A com a sociedade de Alagoas é medida urgente, como forma de se evitar a criação de condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados, diante das várias notícias de alienação societária da empresa, envolvendo fundos internacionais e, inclusive, importante estatal brasileira”, escreve Calheiros ao presidente da CVM, João Pedro Barroso do Nascimento.
A petroquímica controlada pela Novonor (ex-Odebrecht) informou no último domingo, 6, que recebeu uma proposta não vinculante por suas ações na empresa (50,1% do capital votante) e prometeu avaliá-la “em conjunto com as demais partes interessadas”. A Petrobras tem 47% dos papéis com direito a voto.
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