CPI DOS ATOS GOLPISTAS

Parlamentares acusam deputado de transfobia contra Erika Hilton

Presidente da comissão anunciou investigação contra Abilio Brunini, do PL-MT
Por Redação 11/07/2023 - 19:30
Atualização: 11/07/2023 - 22:38
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TV Senado/Reprodução
Deputado federal Abilio Brunini (PL-MT), em sessão da CPI dos Atos Golpistas
Deputado federal Abilio Brunini (PL-MT), em sessão da CPI dos Atos Golpistas

Parlamentares acusaram o deputado Abilio Brunini (PL-MT) de transfobia contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), durante a sessão da CPI Mista dos Atos Golpistas nesta terça-feira, 11. O presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), anunciou uma investigação sobre o caso. Por decisão do STF, a transfobia é crime equiparado ao racismo desde 2019.

A confusão começou durante um pronunciamento da deputada Erika Hilton. Mais cedo, Abilio Brunini, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já tinha sido repreendido pelo presidente da comissão por filmar e debochar de colegas na CPI. Arthur Maia disse que proibiria que integrantes da comissão gravassem os colegas.relacionadas_esquerda

No tempo reservado à fala da deputada Erika Hilton, ela disse que Brunini precisava "tratar sua carência em outro espaço", porque o Congresso é um espaço "sério". A parlamentar prosseguiu na fala, mas foi interrompida pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), que denunciou a fala "homofóbica".

"O seu Abílio foi homofóbico. Fez uma fala homofóbica, quando a companheira estava se manifestando, ele acusou e disse que ela estava oferecendo serviços. Isso é homofobia, é um desrespeito. Peço a vossa excelência que o senhor peça para o deputado se retirar do plenário", disse.

Em seguida, outros parlamentares, como a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), confirmaram a versão do senador. Abílio e os aliados negaram. Em meio ao tumulto, Arthur Maia anunciou a investigação sobre o caso. "Eu solicito à secretaria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que envie para a Polícia Legislativa a cópia dessa filmagem para que se faça uma apuração", disse Maia.

"Não aceitaria e não tolerarei ser desrespeitada, interrompida ou colocada em comparações de baixo calão ou baixo nível. Trato todos os colegas com respeito e diplomacia e assim o exijo. Aqueles que fingirem dessa diplomacia terão que responder criminalmente por qualquer tentativa estereotipada ou criminosa da minha identidade", afirmou Hilton.

"Eu não ouvi, mas outros deputados disseram que ouviram. O deputado Abílio disse que não falou. A nossa decisão é a seguinte: nós vamos fazer uma investigação, vendo as filmagens. Se vossa excelência falou, vai ter a leitura labial e vai ser fácil que isso seja identificado. Se vossa excelência de fato agir dessa forma, vai ter uma penalidade contra o senhor”, afirmou Maia a Brunini.

Já Abilio Brunini disse que quer uma investigação "célere". "A polícia poderá investigar o que foi. Não tem ataque meu à Erika", afirmou. "Uma narrativa elaborada. Não tenho interesse algum em destratar qualquer pessoa aqui por questão de gênero."

A situação causou um tumulto generalizado na sessão desta terça, destinada ao depoimento do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid.

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