Carla Zambelli (PL), uma das principais aliadas de Jair Bolsonaro (PL), foi acusada de racismo por chamar a deputada Benedita da Silva (PT) de Chica da Silva na terça-feira, 2, durante a Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, em Maceió.

Zambelli se referiu a uma das figuras históricas mais conhecidas do Brasil Colônia (já interpretada por Zezé Motta no cinema e por Taís Araujo na novela da extinta Manchete). Posteriormente, a bolsonarista se desculpou e disse em nota que "equivocou-se em uma transmissão ao vivo realizada em uma rede social e confundiu o nome da deputada".

Benedita recebeu o apoio de colegas e do seu partido. "Nossa solidariedade e apoio a nossa grande referência e exemplo de luta, que foi chamada de Chica da Silva pela deputada bolsonarista Carla Zambelli. Benedita tem uma trajetória política exemplar, principalmente na luta do povo preto. Racistas não passarão", diz nota no perfil oficial do PT nas redes.

Chica se tornou uma das mulheres mais poderosas do período colonial por sua relação com o contratador de diamantes João Fernandes. Ele era um dos poucos que detinha a permissão oficial da Coroa Portuguesa para explorar as minas em Arraial do Tijuco (atualmente Diamantina, em Minas Gerais).

Chica chegou ao local como escravizada do médico português Manuel Pires Sardinha. Ela foi alforriada após cair nas graças do contratador, com quem manteve uma relação que na época era chamada de concubinato, já que os dois não eram casados oficialmente.

Até hoje, a casa em que Chica viveu é mantida como um dos patrimônios de Diamantina. O imóvel é tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Ele conta ainda com uma capela de Santa Quitéria, construída a pedido da própria dona.