Alagoas, juntamente com Pernambuco e Ceará, e a capital Natal, alcançou a paridade de gênero nos cargos de secretariado nos governos estaduais e nas capitais do Brasil. No cenário nacional, as mulheres ocupam 28% desses cargos, totalizando 341 secretárias estaduais e municipais.

Os dados são do primeiro Censo das Secretárias, realizado pelos Institutos Aleias, Alziras, Foz e Travessia Políticas Públicas, com apoio da Fundação Lemann e Open Society Foundations divulgado neste domingo, 27. Em Alagoas, 54% das pastas são ocupadas por mulheres.

O censo avaliou 698 órgãos estaduais e 536 municipais, considerando secretárias que exerceram funções entre novembro de 2023 e março de 2024. Vinte estados e 16 capitais não atingiram 30% de mulheres em seus secretariados.

O estudo revela que as mulheres predominam em pastas sociais, com 53% nos estados e 44% nas capitais. Entretanto, a participação em áreas estratégicas, como infraestrutura (22% nos estados e 18% nas capitais), órgãos centrais (18% em ambos) e economia (15% nos estados e 30% nas capitais), é ainda restrita.

A nota das entidades destaca que a concentração feminina em setores como assistência social, saúde e educação evidencia a segregação horizontal, que limita o acesso das mulheres a áreas como tecnologia, matemática e engenharia, perpetuando estereótipos de gênero.

O censo incluiu a autodeclaração racial, permitindo um perfil das secretárias. Os dados mostram que 57,4% das respondentes se identificam como brancas; 37,8%, como pretas ou pardas; 3%, como indígenas; e 2%, como amarelas.