de olho no futuro

Arthur Lira considera Lula um candidato forte à reeleição em 2026

Trajetória do petista é lembrada por sua capacidade de adaptação política
Por Redação 05/12/2024 - 08:20

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RICARDO STUCKERT/PR
Arthur Lira e o presidente Lula
Arthur Lira e o presidente Lula

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), apontou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um candidato competitivo para as eleições presidenciais de 2026, desde que o cenário econômico se mantenha favorável. “Todo candidato à reeleição, se a economia estiver bem situada, é fortíssimo”, declarou Lira nesta quarta-feira, 4, em Brasília. A declaração foi registrada pelo jornalista José Casado, da revista Veja.

Enquanto Lira comentava o cenário político, Lula comemorava a possibilidade de encerrar 2024 com um crescimento econômico acima de 3%. Ao lado do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), o presidente comparou a gestão pública ao cultivo de árvores: “Você só será medido pela sua competência quando estiver colhendo o que plantou.”

Lira, um dos líderes do Centrão, afirmou que não vê adversários à altura de Lula no cenário eleitoral atual, com exceção do ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível até 2030. “Sem Bolsonaro no páreo, outras opções ficam escassas”, avaliou o parlamentar.

Lira e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) têm histórico de articulação em campanhas presidenciais. Em 2021, ambos desempenharam papéis centrais na candidatura de Bolsonaro à reeleição pelo Partido Liberal (PL), liderado por Valdemar Costa Neto. À época, o grupo controlou áreas estratégicas do governo, incluindo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Incra, o Ibama, o DNIT e a Funasa, além de manobrar emendas parlamentares no orçamento público.

Agora, Lira e Nogueira vislumbram possibilidades para 2026. A trajetória de Lula é lembrada por sua capacidade de adaptação política. Na eleição de 2002, o petista lançou a “Carta ao Povo Brasileiro”, comprometendo-se com a responsabilidade fiscal e buscando apoio do centro político. Ciro Nogueira, em artigo recente na Folha de S.Paulo, destacou o papel decisivo do centro na história brasileira, defendendo a rejeição a extremismos: “O centro não é uma força neutra. Nos grandes momentos, para onde tendeu o centro, verteu a história.”

A relação entre Lula e o Centrão reflete uma estratégia de pragmatismo político. Desde 2002, o petista mantém a habilidade de negociar com grupos de centro para garantir a governabilidade. Segundo interlocutores, o presidente segue disposto a adotar “metamorfoses eleitorais” para assegurar alianças estratégicas, repetindo a fórmula utilizada em campanhas anteriores e no governo atual.

Essa dinâmica, no entanto, também expõe o peso das articulações de poder. Lira e Nogueira, que hoje compartilham a liderança do Centrão, já demonstram alinhamento com Lula, sugerindo uma possível coalizão robusta para 2026. Nos bastidores, prevalece a máxima de que, na política, o pragmatismo sempre encontra espaço — desde que o centro esteja disposto a participar do jogo.

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