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Isnaldo Bulhões diverge de Lira sobre votação do pacote de cortes de gastos

Deputado acredita que aprovação depende de ajustes no texto e busca por consenso
Por Redação 12/12/2024 - 08:12

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Mário Agra/Câmara dos Deputados
O deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL)
O deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL)

O deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL) afirmou nesta quarta-feira, 11, que discorda do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre as dificuldades para aprovar as medidas do pacote de cortes de gastos proposto pelo governo federal. Lira declarou que, embora haja interesse em avançar nas propostas econômicas, os temas são “árduos” e envolvem "assuntos polêmicos", tornando o processo complexo. “Vamos ter dificuldade para votar”, disse Lira a jornalistas.

Em entrevista à CNN Brasil, Bulhões apresentou uma visão diferente. “Ter voto ou não depende da construção do texto, da conversa política, de ouvir as pessoas e buscar o texto ideal. O texto bom é aquele que é possível de ser aprovado e que dê o resultado que a sociedade, o legislador e o governo pretendem”, defendeu o deputado.

Isnaldo Bulhões foi designado relator do Projeto de Lei 4614/24, que estabelece novos limites para o reajuste do salário mínimo e critérios mais rígidos para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). A proposta é uma das mais criticadas pela oposição e enfrenta resistência até mesmo dentro do Partido dos Trabalhadores (PT).

Bulhões afirmou que buscará um texto de consenso para garantir os votos necessários à aprovação. “Essa matéria não pode prescindir de um relatório seguido de um substitutivo. Precisamos discutir e amadurecer a proposta para avaliar o apoio tanto da base do governo quanto da oposição”, destacou o parlamentar.

Segundo ele, ainda é cedo para uma avaliação definitiva do projeto, mas ressaltou que a construção do texto será feita em diálogo com o governo e demais deputados. “Por óbvio, a discussão para a modificação do texto será considerada. É necessário trazer leveza ao tema, mas com responsabilidade, corrigindo o que for possível dentro da proposta. Nosso objetivo é garantir a segurança dos benefícios e assegurar que o BPC seja destinado a quem realmente tem direito”, explicou.

Sobre a possibilidade de votação ainda em 2024, Bulhões reconheceu os desafios impostos pelo calendário legislativo, uma vez que o recesso parlamentar começa em 20 de dezembro. “Faremos o possível para aprovar o conjunto de matérias relacionadas à segurança fiscal ainda neste ano. Isso dependerá de esforços internos e externos. Temos pouco tempo. Fácil não será. O foco é encontrar, dentro do possível, um texto que consiga ser votado”, concluiu o deputado.


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