Conselho de Ética
Lira deixou de encaminhar 5 representações contra Zambelli por arma de fogo
Representações perderam validade no começo de 2023, quando Lira foi reeleito
Arthur Lira não encaminhou cinco representações contra Carla Zambelli ao Conselho de Ética no fim de 2022. Os documentos tratavam da perseguição armada da deputada ao jornalista Luan Araújo, ocorrida na véspera do 2º turno das eleições presidenciais. A informação foi confirmada pela assessoria da Câmara.
Como presidente da Câmara na época, Lira tinha a prerrogativa de apreciar as representações antes de enviá-las ao Conselho de Ética. Segundo o regimento, as denúncias feitas por partidos com representação no Congresso deveriam ser encaminhadas diretamente pela Mesa Diretora ao conselho.
Três representações partiram de partidos políticos: uma do PSOL, outra do PT e uma terceira assinada conjuntamente por PT e Rede. Além delas, os então deputados Tabata Amaral e Bira do Pindaré apresentaram outras duas representações contra Zambelli pelo episódio da perseguição armada.
Apesar disso, nenhuma das representações chegou a ser analisada pelo Conselho de Ética, conforme consta no site da Câmara. O órgão realizou três reuniões no fim de 2022, todas com menos de um minuto de duração e sem votações devido à falta de quórum.
Nesta segunda (24), em entrevista ao canal Inteligência Ltda., Jair Bolsonaro afirmou que a ação de Zambelli prejudicou sua campanha e contribuiu para sua derrota no segundo turno das eleições. Na terça (25), o STF formou maioria de 6 x 0 para cassar o mandato da deputada pelo episódio da perseguição ao jornalista.
Antes disso, em janeiro, o TRE-SP já havia cassado o mandato de Zambelli por 5 x 2, por divulgar informações falsas sobre o processo eleitoral de 2022. Ela segue no cargo porque cabe recurso ao TSE.
As representações contra Zambelli perderam validade em 1º de fevereiro de 2023, com a posse da nova legislatura. No mesmo dia, Arthur Lira foi reeleito presidente da Câmara com 464 votos, o equivalente a 90% dos deputados.