Rio Largo
Em cidade dominada por Lira, governo de Paulo Dantas é aprovado por 41%
Pesquisa mostra que, apesar da influência do PP, eleitores aprovam gestão emedebista
Mesmo sob a influência direta do ex-presidente da Câmara e deputado federal Arthur Lira (PP), Rio Largo mostra aprovação ao governo de Paulo Dantas (MDB), aliado do senador Renan Calheiros – principal adversário político de Lira em Alagoas.
De acordo com levantamento do Ibrape realizado no dia 5 de abril, 41% dos eleitores do município aprovam a gestão do governador. Entre os entrevistados, 38% classificaram o governo como “bom”, 3% como “ótimo”, enquanto 33% disseram que é “regular”. Apenas 12% consideraram o governo “ruim” e 9%, “péssimo”.
A cidade, localizada na região metropolitana de Maceió, foi uma das bases políticas mais fiéis a Arthur Lira nos últimos anos. O ex-prefeito Gilberto Gonçalves (PP), aliado de primeira hora do deputado, foi beneficiado com repasses expressivos de emendas federais articuladas por Lira, o que consolidou o domínio político do grupo na cidade.
No entanto, o atual cenário aponta para um possível enfraquecimento dessa hegemonia. A crise política envolvendo a falsa renúncia do atual prefeito Carlos Gonçalves (PP) expôs o racha no grupo liderado por Lira. Nesta brecha, Gonçalves chegou a ser convidado a mudar de partido, indo para o MDB.
A disputa local ganhou contornos ainda mais graves após a apresentação de uma falsa carta de renúncia de Carlos Gonçalves à Câmara Municipal. Rogério Silva (PP), presidente da Casa, chegou a ser empossado como prefeito interino. Carlos, por sua vez, alegou que a assinatura no documento foi falsificada. Rogério sustenta que a renúncia foi legítima, mas o prefeito teria voltado atrás “de forma intempestiva”.
A Justiça, até o momento, mantém Carlos Gonçalves no cargo. Entretanto, a crise política segue sendo investigada pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Civil. Com o MDB se fortalecendo em uma das cidades consideradas “redutos” do Progressistas, o senador Renan Calheiros avança na estratégia de ampliar sua influência na região metropolitana, mirando as eleições de 2026, quando deve disputar uma vaga ao Senado – possivelmente contra o próprio Lira.
A pesquisa do Ibrape ouviu 800 eleitores e tem margem de erro de 3 pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.