POLÍTICA E RELIGIÃO
'Comunista' e 'já foi tarde': morte do papa Francisco divide direita em AL
Publicação de Leonardo Dias em homenagem ao pontífice gerou críticas da direita nas redes sociais
A morte do papa Francisco, aos 88 anos, provocou reações divergentes entre apoiadores da direita em Alagoas. Um dos principais nomes do bolsonarismo em Maceió, o vereador Leonardo Dias (PL) prestou homenagem ao pontífice em seu perfil no Instagram, mas acabou sendo alvo de críticas por parte dos próprios seguidores.
A publicação foi feita na segunda-feira, 21, e, embora tenha adotado tom respeitoso à trajetória do líder da Igreja Católica, foi recebida com hostilidade por parte de uma parcela. Nos comentários, internautas acusaram o papa de ser “comunista” e minimizaram seu legado religioso.
Críticas de aliados
Entre as mensagens deixadas por seguidores, estavam frases como: “Papa comunista, já foi tarde. Verdadeiros papas foram João Paulo II e Bento XVI” e “Sempre ao lado de ditadores como Nicolás Maduro e Lula”.
A percepção negativa está ligada à postura do papa Francisco em relação a temas sociais e políticos, especialmente sua defesa de pautas ambientais e sua aproximação com líderes de esquerda.

A reação expôs um racha dentro do eleitorado bolsonarista, que frequentemente associa valores religiosos ao conservadorismo extremo e rejeita posicionamentos interpretados como “progressistas”, ainda que dentro da Igreja.
Após a repercussão, Leonardo Dias voltou às redes sociais e rebateu as críticas. Em nova publicação, defendeu o papa Francisco e acusou a imprensa de distorcer suas falas.
“Sabe o que o papa mudou na doutrina da Igreja? Absolutamente nada. Não aprovou a ordenação de mulheres, não instituiu o matrimônio homoafetivo, não aprovou o aborto. A mídia que distorceu suas palavras, ficou chupando dedo”, escreveu o vereador.