eleições
Renan não impede apoio de Lira e deixa porta entreaberta para 2026
Senador diz não querer aliança, mas admite que não pode escolher quem o apoia
O senador Renan Calheiros (MDB) desponta como um dos principais favoritos na corrida por uma das duas vagas ao Senado em 2026. No entanto, o embate promete ser dos mais acirrados. Seu provável adversário será o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que também mira uma das cadeiras alagoanas no Senado. Outros nomes de peso, como Davi Davino Filho (Republicanos) e Alfredo Gaspar (União Brasil), também são cogitados.
Tanto Renan quanto Lira, veteranos na política local e nacional, já antecipam articulações visando o pleito. Renan Calheiros conta atualmente com o apoio de mais de 90 prefeitos no primeiro voto, consolidando sua base municipalista. Lira, por sua vez, corre contra o tempo para garantir o mesmo número de apoios no segundo voto, aproveitando seu peso político e influência na Câmara.
Enquanto o campo governista já ensaia um palanque forte — com Calheiros disputando a reeleição ao Senado e o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), como possível nome ao governo estadual —, a oposição ainda carece de uma candidatura competitiva para a sucessão do governador Paulo Dantas (MDB).
O nome mais forte da oposição, o prefeito de Maceió JHC (PL), teria se distanciado da disputa após um suposto “acordão” político em Brasília. Sem JHC, o grupo oposicionista avalia lançar Davi Davino Filho ou Alfredo Gaspar ao governo estadual. Caso essa candidatura não se viabilize, fontes apontam que Arthur Lira poderá se reaproximar do grupo governista.
Apesar de negar publicamente qualquer articulação nesse sentido, Renan Calheiros não deve impor obstáculos a uma eventual aproximação de Lira com o MDB estadual. A interlocutores, o senador já teria recorrido a uma frase atribuída a Juscelino Kubitschek para resumir a postura pragmática que pode adotar: “Nós podemos escolher em quem vamos votar, mas não podemos escolher quem vai apoiar a gente.”
Nos bastidores, segundo o jornalista Edivaldo Júnior, Renan afirma não ter interesse em aliança com Lira, mas tampouco fecharia as portas para um apoio estratégico vindo do presidente da Câmara — caso esse cenário se imponha em 2026.