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Governo Trump revoga vistos de secretário do Ministério da Saúde do Brasil

Medida foi tomada por ligação com programa Mais Médicos e gera reação
Por Redação 13/08/2025 - 20:35
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Reprodução/vídeo
Marco Rubio anuncia revogação de vistos americanos de autoridades brasileiras
Marco Rubio anuncia revogação de vistos americanos de autoridades brasileiras

O governo dos Estados Unidos, na gestão de Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, 13, a revogação dos vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e de Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo brasileiro. A decisão foi divulgada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, em rede social X, que classificou o programa Mais Médicos como "um golpe diplomático inconcebível".

Segundo Rubio, os funcionários afetados foram "responsáveis ou envolvidos na cumplicidade do esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos cubanos por meio de trabalho forçado". Ele afirmou ainda que o programa privou os cubanos de cuidados médicos essenciais.

A medida ocorre em meio a um contexto de tensões diplomáticas: em julho, os Estados Unidos já haviam suspenso os vistos do ministro do STF Alexandre de Moraes e de outros sete ministros da Corte, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

O governo brasileiro reagiu à revogação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou "solidariedade e apoio" às autoridades afetadas, classificando a ação como "mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento" e afirmando que a interferência de outro país no sistema de Justiça brasileiro é "inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações".

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) também repudiou a decisão, chamando-a de "inaceitável tentativa de intimidação" e destacando que representa uma ofensa à independência e autonomia do Ministério Público brasileiro.

A revogação dos vistos se deu no mesmo dia em que Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump, e foi justificada pelo governo americano como parte de uma responsabilização por ações consideradas de censura política.


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