O senador Renan Calheiros (MDB-AL) intensificou as conversas com o governo para aprovar ainda neste ano o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Relator da proposta no Senado, Renan se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última semana e cobrou um novo relatório sobre o impacto orçamentário da medida, estimado inicialmente em R$ 30 bilhões anuais.

A expectativa é que o texto seja votado nesta terça-feira, 4, e siga direto para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem precisar retornar à Câmara dos Deputados. O governo quer que a nova faixa de isenção já valha para a declaração de 2026, ano eleitoral.

Renan, no entanto, alertou que o impacto fiscal pode ser maior que o previsto, devido a alterações feitas na Câmara sob relatoria do deputado Arthur Lira (PP-AL) — seu rival político em Alagoas. O texto reduz também a tributação para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350 e cria uma alíquota mínima de 10% para rendas anuais acima de R$ 1,2 milhão. Atualmente, só quem ganha até R$ 3.036 está isento.

O governo considera a proposta uma das principais medidas econômicas do período e aposta na sua aprovação como símbolo de compromisso com a classe média e de reforço político antes do novo ciclo eleitoral.

Enquanto o Senado se debruça sobre o IR, a Câmara deve votar o projeto que regulamenta a licença-paternidade, que prevê aumento gradual do benefício até 30 dias em 2031 e cria o salário-paternidade, pago pelo INSS no mesmo modelo do salário-maternidade.