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Filho defende papel do Brasil na transição global para combustíveis limpos
Ministro afirma que país é referência em descarbonização e deve incentivar outras nações
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou nesta segunda-feira, 10, em Belém (PA), que o Brasil tem o dever de liderar e inspirar outros países na transição para combustíveis menos poluentes em atividades ligadas à infraestrutura. A declaração foi feita durante a abertura oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Segundo ele, ainda há pouca adesão global a compromissos efetivos com a descarbonização dos modais logísticos.
“A ttransição energética é trabalhosa e faz com que muitos países grandes relutem em implementar essa agenda. O Brasil já vem fazendo isso ao longo do tempo, o que coloca o país na vanguarda para seguir pilotando e cobrando que o mundo tome providências semelhantes”, disse o ministro. “No Ministério dos Transportes, transformamos compromissos ambientais em ações efetivas, com obras, investimentos e políticas públicas que mudam a realidade”, acrescentou.
Entre as medidas citadas por Renan Filho está a modernização das normas técnicas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que desde o ano passado permitem o uso industrial de veículos movidos a gás natural liquefeito (GNL), biometano, hidrogênio e eletricidade. Em apenas um ano, o número de caminhões pesados a gás licenciados já representa 70% do total registrado nos cinco anos anteriores.
“O nosso país é um dos poucos do mundo que mistura biocombustíveis à gasolina e ao diesel em grandes proporções. Estamos chegando a quase 30% de biocombustível na gasolina, o que significa menos emissão de gases que afetam o meio ambiente”, destacou. Nos próximos dias, o ministro terá encontros bilaterais com delegações estrangeiras para apresentar os avanços brasileiros e incentivar o uso de biocombustíveis em outros países. A meta é reduzir emissões de carbono, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer o agronegócio nacional.
Desde 2023, o Ministério dos Transportes retomou e acelerou mais de 1.100 obras públicas e realizou 20 novos leilões de concessão, totalizando mais de R$ 40 bilhões em investimentos. Pela primeira vez, os contratos de infraestrutura federal passaram a incluir metas explícitas de sustentabilidade, exigindo que ao menos 2,5% do modelo econômico-financeiro das concessões seja destinado a ações ambientais e de resiliência climática. “Esse governo já assegurou US$ 2,6 bilhões, com previsão de chegar a US$ 4 bilhões até 2026, em recursos destinados a obras de adaptação, transição energética e proteção de ativos estratégicos diante de eventos climáticos extremos”, afirmou Renan Filho.
Durante a COP30, o Ministério dos Transportes participa de inaugurações de pavilhões, workshops sobre descarbonização de rodovias e ferrovias, além do lançamento de novas iniciativas, como a Aliança pelo Transporte Sustentável na Amazônia e o projeto E-Dutra.



