SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Aliados de Bolsonaro lembram que Collor desligou tornozeleira por 30 horas
Senador Sergio Moro mencionou o caso ao comentar a situação do ex-presidente
Após a decisão que levou Jair Bolsonaro à prisão preventiva no sábado, 22, aliados recuperaram o caso de Fernando Collor, que ficou mais de 30 horas com a tornozeleira desligada durante período de prisão domiciliar. A referência foi feita depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) receber alerta de possível violação do equipamento usado por Bolsonaro.
O aviso ao STF foi enviado às 0h08 de sábado pelo Centro de Monitoração do Distrito Federal. No caso de Collor, relatório produzido pelo órgão de Alagoas registrou desligamento entre 2 de maio, às 9h05, e 3 de maio, às 21h23, quando o ex-presidente cumpria medida domiciliar por motivo de saúde em um apartamento localizado no bairro da Ponta Verde, na orla de Maceió.
A defesa de Collor informou que o desligamento foi causado por falha relacionada à bateria e pediu a continuidade do regime domiciliar. Os advogados sustentaram que o episódio não representava tentativa de descumprir as medidas determinadas pela Corte.
O senador Sergio Moro mencionou o caso ao comentar a situação de Bolsonaro e afirmou que o ex-presidente tem histórico clínico ligado à facada de 2018. Moro comparou decisões judiciais anteriores e defendeu manutenção da prisão domiciliar.
Moraes rejeitou, no sábado, o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa de Bolsonaro. A decisão também tornou sem efeito pedidos de visita apresentados por governadores e parlamentares, após mudança no entendimento processual.
Pedidos considerados prejudicados perdem utilidade quando outra decisão resolve o tema ou quando surge fato novo. A defesa de Bolsonaro buscava autorização para deslocamentos médicos e mencionava decisões anteriores do STF em situações de doença grave.
Os advogados citaram problemas de saúde em diferentes áreas e atribuíram esses quadros às consequências do ataque sofrido por Bolsonaro em 2018. A solicitação afirmava que o ex-presidente necessita de acompanhamento contínuo.
Bolsonaro foi levado à Superintendência da PF em Brasília às 6h35, após ordem de Moraes. A decisão se baseou na preservação da ordem pública diante de mobilização convocada para a região onde o ex-presidente mora.
No despacho, Moraes citou o registro de possível violação da tornozeleira e apontou risco de fuga. O ministro mencionou que a embaixada dos Estados Unidos fica a cerca de 13 quilômetros do condomínio do ex-presidente.



