A equipe jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) articula uma nova ofensiva para tentar devolvê-lo ao regime de prisão domiciliar. Segundo apuração da CNN Brasil, o pedido deve ser apresentado na próxima semana e se baseará no argumento de que a quebra da tornozeleira eletrônica não configura tentativa de fuga, como aponta a investigação.

Os advogados pretendem comparar o caso ao do ex-presidente Fernando Collor, que permaneceu mais de 36 horas com o equipamento desligado sem que sua situação fosse revista pela Justiça. A defesa deve alegar que o dano à tornozeleira de Bolsonaro teria sido provocado por um surto relacionado à introdução de novos medicamentos, afastando qualquer intenção de evasão — considerada, segundo a equipe, “logisticamente improvável”.

Outro ponto que será reforçado é o quadro de saúde do ex-presidente. Bolsonaro diz sofrer de refluxo, apneia e outras condições que exigem o uso diário de cinco medicamentos. Ele chegou a receber atendimento médico na quinta-feira, 27, após os filhos relatarem uma crise de soluços. Para a defesa, o ministro Alexandre de Moraes já reconhece a necessidade de cuidados contínuos, o que reforçaria o pedido pela prisão domiciliar.

Paralelamente, a equipe deve protocolar ainda nesta sexta-feira, 28, embargos infringentes contra a decisão do STF. Nos bastidores, contudo, a avaliação é que o recurso tem pouco potencial de mudança e serviria mais como posicionamento formal. A prioridade, afirmam, é concentrar esforços na tentativa de reverter o atual regime e garantir o retorno de Bolsonaro à prisão domiciliar.