O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar, apresentou nesta quinta-feira, 27, um organograma que, segundo ele, descreve um fluxo bilionário de recursos movimentados por empresas suspeitas de atuar como fachadas em um esquema de lavagem de capitais. A exposição ocorreu antes do encerramento da oitiva do contador Mauro Palombo, ligado a entidades investigadas no suposto desvio de recursos de aposentados e pensionistas.

De acordo com o relator, parte desses valores teria sido convertida em criptomoedas, etapa que, segundo ele, dificulta o rastreamento dos recursos. Gaspar afirmou que o material apresentado indica a mistura de verbas provenientes de aposentadorias, de outras organizações criminosas e de diferentes operações financeiras.

O deputado também destacou fragilidades do sistema financeiro brasileiro na detecção desse tipo de movimentação. Para ele, a complexidade das operações investigadas expõe desafios para os mecanismos de controle e reforça a necessidade de aperfeiçoar as ferramentas de combate à lavagem de dinheiro.

Durante a sessão, Gaspar mencionou que a ARPAR — uma das entidades sob apuração — aparece como peça relevante no fluxo financeiro analisado. Segundo o relator, isso exige que a investigação prossiga sem restrições. Ele afirmou que os investigadores identificaram estruturas organizadas com múltiplas camadas de ocultação, que dificultariam o rastreamento dos valores supostamente desviados.

Ao final da reunião, o parlamentar defendeu que os trabalhos da Comissão avancem sem interferência externa e afirmou que a continuidade da apuração é essencial para esclarecer o funcionamento das operações levantadas.

No depoimento desta quinta-feira, Mauro Palombo respondeu a questionamentos sobre suas atividades como contador em entidades que estão entre os alvos da CPMI. O relator considerou que, embora Palombo tenha apresentado suas versões, alguns pontos permaneceram sem esclarecimento e que há indícios que demandam aprofundamento da investigação.