A Operação Falácia, deflagrada pela Polícia Federal em abril, foi um dos pontos de partida da entrevista concedida pelo vereador de Maceió Siderlane Mendonça (PL) ao CM Cast, lançado nesta quarta-feira, 3. Na ocasião, o parlamentar voltou a negar qualquer irregularidade investigada na ação, que apura suspeitas de corrupção, desvio de recursos, lavagem de dinheiro e crimes eleitorais envolvendo seu gabinete. 

Afastado do mandato por determinação judicial, Siderlane retornou à Câmara Municipal em 1º de agosto, após decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL). Durante a conversa com os jornalistas Carlos Melo, diretor-executivo do CadaMinuto, e Ricardo Mota, o vereador afirmou que não houve prática de rachadinha e que as doações recebidas de assessores ocorreram dentro da legislação eleitoral. “Eu recebi R$ 63 mil, não R$ 200 mil. Todo mundo recebe doação de campanha de seus assessores”, declarou, argumentando que esse tipo de contribuição é permitido.

Outro tema abordado foram as polêmicas que marcaram seu nome nos últimos anos. Em setembro de 2024, Siderlane foi filmado aplicando um “mata-leão” em um homem em situação de rua no bairro do Benedito Bentes, episódio que resultou na imposição de medidas cautelares pelo Ministério Público de Alagoas. Na entrevista, o vereador voltou a defender sua conduta. “Não foi chave de braço, foi imobilização. Faria novamente”, disse, justificando que agiu para conter riscos próximos a uma creche.

Siderlane relembrou, ainda, sua antiga relação com o ex-vereador Silvânio Barbosa. Segundo contou, o rompimento político entre ambos não foi superado antes do assassinato de Silvânio, mas Mendonça afirmou ter pedido perdão à família durante o velório. “Às vezes a palavra perdão carrega muita coisa”, comentou.