Putin manda recado que não tolerará mais ataques contra civis ao criar zona tampão, diz analista

Por Sputnik Brasil 22/05/2025 - 19:26
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© Sputnik / Alexey Nikolskiy / Acessar o banco de imagens
Putin manda recado que não tolerará mais ataques contra civis ao criar zona tampão, diz analista

Ao anunciar zona tampão na região de Kursk em meio ao conflito ucraniano, o presidente russo Vladimir Putin demonstra preocupação com a população civil e mostra que segurança é prioridade, avalia o especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil comandante Robinson Farinazzo.

O presidente Putin se pronunciou nesta quinta-feira (22) sobre a criação da zona tampão na Ucrânia. Como justificativa, ele ressaltou que durante os ataques de drones feito pelo adversário, grupos de sabotagem e reconhecimento caçam os meios de transporte civis, incluindo ambulâncias e equipamentos agrícolas. "Mulheres e crianças morrem e são feridas", enfatizou.

"Os alvos que o inimigo escolhe, por regra, não têm importância militar: instalações civis, casas, pessoas. E os eventos de hoje apenas confirmam o que acabei de dizer."

Segundo Farinazzo, com o anúncio do líder russo, a Rússia deixa avisado que não vai mais tolerar nenhum tipo de perseguição às populações do Donbass e da fronteira russo-ucraniana.

"Vamos lembrar que entre 2014 e 2022, quase 14 mil pessoas morreram naquela região [Donbass]. A maior preocupação da Rússia hoje é a busca por segurança, eles [os russos] não vão parar as operações militares enquanto não sentirem que têm plenas condições de segurança", afirmou.

O que é uma zona tampão neste contexto?

O especialista explica que a criação de uma zona tampão é comum num contexto de conflito, pois ela ajuda a proteger civis próximos às áreas de confronto.

O objetivo é afastar as armas de longo alcance do inimigo, empurrando-as para regiões onde elas não tenham condições de atingir as populações civis. Trocando em miúdos: ao criar esse tipo de zona, a distância geográfica aumenta entre as forças militares inimigas e a população civil, o que dificulta qualquer ação ofensiva.

"Se você olhar, os americanos buscavam zonas de segurança aí na guerra do Vietnã, eles tentavam formar zonas em torno das suas bases. Israel teve o caso das colinas de Golã, a gente nunca pode esquecer isso, que Israel buscava a segurança das populações nos vales adjacentes à Golã e agora em outras regiões da Síria. Enfim, é uma tendência natural num conflito", explica.

Por Sputinik Brasil


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