Comboio parte da Tunísia com destino a Gaza na tentativa de persuadir Israel a suspender bloqueio

Por Sputnik Brasil 09/06/2025 - 20:10
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Comboio parte da Tunísia com destino a Gaza na tentativa de persuadir Israel a suspender bloqueio

Um comboio com centenas de carros e motos deixou a Tunísia, no norte da África, com destino à Faixa de Gaza na tentativa de pressionar o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a suspender o bloqueio total contra o enclave, informou um correspondente da Sputnik nesta segunda-feira (9).

O chamado Comboio da Resiliência reúne cerca de 2.000 participantes, entre políticos tunisianos, ativistas de direitos humanos, médicos e jornalistas. O grupo partiu de Túnis, capital da Tunísia, em carros e ônibus rumo à passagem de Rafah, na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito.

A expectativa é que ativistas de países como Mauritânia, Marrocos, Argélia, Líbia e Egito se juntem ao grupo ao longo do trajeto.

"Estão previstas paradas nas províncias tunisianas de Sfax, Gabès e Medenine para embarcar o restante dos participantes. Em seguida, viajaremos pela Líbia passando por Trípoli, Misrata, Sirte, Benghazi e Tobruk, cruzaremos a fronteira egípcia em Sallum, chegaremos ao Cairo e então ao posto de controle de Rafah", explicou o médico tunisiano Mohammed Amin Bennour.

O comboio faz parte de um esforço humanitário internacional para pressionar Israel a suspender o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, acrescentou o médico.

Ativistas são detinos por Israel no fim de semana, incluindo brasileiro

No último fim de semana, 12 ativistas que estavam a bordo da embarcação Madleen também rumo à Gaza foram interceptados pelas Forças de Defesa de Israel e levados ao país, de onde devem ser deportados para seus locais de origem. O barco levava mantimentos, remédios e água para as vítimas da guerra promovida por Israel desde outubro de 2023.

Entre os detidos, estão a ativista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila, integrantes do grupo Flotilha da Liberdade. Anteriormente, membros da coalizão chegou a afirmar ter perdido contato com os passageiros da embarcação e, na sequência, foram informados do desembarque em Ashdod.

Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), a Faixa de Gaza vive uma das piores crises humanitárias da história, onde toda a população enfrenta risco de fome extrema por conta dos bloqueios promovidos por Israel que impedem a chegada de alimentos e ajuda internacional.

Após um cessar-fogo de dois meses, Israel retomou os ataques à Faixa de Gaza em 18 de março, quando voltou a proibir a entrada de alimentos e outros bens no enclave.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os ataques continuariam porque o Hamas se recusou a aceitar um plano norte-americano para estender o cessar-fogo e libertar reféns. A Fundação Humanitária para Gaza, apoiada pelos EUA, assumiu a entrega de ajuda ao enclave no fim de maio.


Por Sputinik Brasil


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