Diplomatas sul-coreanos se dirigem aos EUA após a prisão de 300 imigrantes em fábrica

Após detenção de centenas de trabalhadores imigrantes sul-coreanos em uma fábrica da Hyundai e da LG de nos Estados Unidos, Seul enviou diplomatas ao país norte-americano. O governo sul-coreano chamou a operação de "invasão irregular".
A operação, realizada pelo Serviço de Imigração e Alfândega norteamericano (ICE, na sigla em inglês), ocorreu a quinta-feira (4) em uma fábrica conjunta de baterias das empresas Hyundai e LG Energy Solution no estado da Geórgia. Ao todo, foram detidas 475 pessoas, sendo 300 sul-coreanas.
"As atividades econômicas de nossas empresas que investem nos EUA não devem ser indevidamente infringidas no âmbito da aplicação da lei americana" disse o ministro das Relações Exteriores sul-coreano, Cho Hyun. "Analisaremos prontamente o envio de um alto funcionário ao local, incluindo eu, para Washington, para realizar consultas com o governo americano, se necessário".
Realizada na cidade de Ellabel, a operação foi a maior realizada em um único estabelecimento desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou o mandato da ICE para deter imigrantes ilegais.
À repórteres, o agente especial do Departamento de Investigações de Segurança Interna em Atlanta Steven Schrank afirmou que a operação se deu a partir de uma investigação sobre alegações de práticas ilegais de emprego e crimes federais graves"
"Esta não foi uma operação de imigração em que agentes entraram nas instalações, prenderam pessoas e as colocaram em ônibus", afirmou. "Esta foi uma investigação criminal de vários meses."
Ele afirmou também que os presos estavam "ilegalmente presentes nos Estados Unidos" e "atuando de forma maliciosa".
Segundo a LG, 47 dos funcionários presos trabalhavam para a companhia. Já a Hyundai afirmou que nenhum dos detidos trabalhava diretamente para a empresa.
Questionado por repórteres na Casa Branca, Trump defendeu o trabalho dos oficiais. "Eram imigrantes ilegais e o ICE estava apenas fazendo seu trabalho".
A empresa sul-coreana LG Energy Solution ordenou que os funcionários em viagens de negócios nos Estados Unidos retornem imediatamente à Coreia do Sul ou permaneçam onde estão atualmente, informou neste sábado a agência de notícias Yonhap, citando um comunicado da empresa.
Quarta maior economia da Ásia uma das maiores fabricantes de automóveis e produtora de produtos eletrônicos do mundo, a República da Coreia possui várias fábricas nos Estados Unidos. Suas empresas vem investindo em indústrias no país como forma de burlar as tarifas norte-americanas.
Segundo a Casa Branca, nos seis meses da presidência de Trump, as autoridades prenderam mais de 100 mil imigrantes ilegais, além de revogar as autorizações de residência temporária de outros 500 mil estrangeiros.
Por Sputinik Brasil