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Pivô da fila do SUS

10/09/2022 - 19:49
Atualização: 11/09/2022 - 01:46

ACESSIBILIDADE

Divulgação
Não basta somente acabar com a fila de espera presencial
Não basta somente acabar com a fila de espera presencial

Em Maceió não se faz mais agendamento de consultas e exames pelo CORA, ainda bem. Mas é cedo para avaliar a eficiência da ferramenta substituta do serviço, no caso, um aplicativo de celular chamado Pronto. Para quem depende do SUS a mudança já trouxe um alento. O anterior sempre foi ineficaz, e apesar disso passou tempo demais massacrando a população. Agora que finalmente foi extinto, esperamos resolutividade.

Não basta somente acabar com a fila de espera presencial. Se continuar existindo no universo digital, será como trocar seis por meia dúzia. A comodidade em poder agendar o próprio atendimento é importante, mas não é tudo. É preciso ir além, ampliando o número de exames e consultas, do contrário a espera vai continuar tão longa como antes. A diferença é que ninguém poderá ver os pacientes expostos a chuva e ao sol, muitas vezes incomodando os gestores devido os xingamentos e visibilidade negativa na mídia. O que se espera, acima de tudo, é que a mudança impacte na resolutividade do acesso a assistência da saúde pública, mas isso só o tempo dirá.

De antemão, a falência do CORA é um marco relevante, inclusive outros gestores já haviam prometido o feito, e virou descaso. Agora é hora de torcer para que o Pronto dê certo - que ele acenda o sinal para outras demandas da área da saúde, de forma a potencializar a eficácia da assistência, afinal, o sistema único depende de uma série de variáveis para atingir bom resultado. Uma coisa é certa: o caminho para reduzir a judicialização é aumentar a oferta dos serviços. O desafio é grande, exige mobilizar apoio político, somar esforços, enfim, nada que não se consiga com ousadia e determinação. Pronto. Tirar o povo da fila não significa queda na judicialização. O problema é mais complexo, todavia, há como viabilizar se houver vontade política. Estamos na torcida. Maceió merece superar seus gargalos. E como merece.


** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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