A culpa é do eleitor
Quando se discute a questão da corrupção no Brasil – nas ruas e nos debates acadêmicos –, a culpa é sempre do eleitor, que não sabe escolher seus políticos.
Seja por desconhecimento, interesses pessoais, ou pela simples venda do voto, o eleitor é visto como principal responsável pela desgraça de eleger políticos corruptos.
Mas já é hora de parar como essa história de usar o eleitor como bode expiatório para tudo que é de ruim no sistema eleitoral brasileiro.
As instituições precisam fazer o mea-culpa e assumir parte da responsabilidade pela melhoria da qualidade de nossos representantes nas casas legislativas.
Fruto da mobilização de várias entidades que mobilizaram mais de 1,5 milhão de brasileiros, a Lei da Ficha Limpa é um desses instrumentos que pode extirpar da vida pública políticos condenados por corrupção.
Quando a Justiça libera a candidatura de fichas-sujas, não só incentiva a corrupção como dificulta o eleitor na missão de melhor escolher seus candidatos.
7 - Não à toa, o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, advertiu esta semana que o sonho de alguns acusados é levar os processos para a Justiça Eleitoral, que não tem estrutura para julgar crimes de corrupção.