Sururu

Fecoep é alvo de denúncias por falta de prestação de contas

Por 24/09/2022 - 05:56
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William West/AFP
Crianças com prato vazio aguardam distribuição de alimentos
Crianças com prato vazio aguardam distribuição de alimentos

No ano em que Alagoas lidera o vergonhoso ranking da fome no país é urgente rediscutir com seriedade a destinação dos bilhões de reais arrecadados pelo Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza – Fecoep. Desde que foi criado em 2005, no Governo Ronaldo Lessa, o fundo é motivo de denúncias por falta de prestação de contas e desvio de recursos para outras finalidades. 

Entra governo e sai governo e o Fecoep permanece como tema de debates entre os deputados, mas nunca houve transparência sobre os valores e o destino do dinheiro arrecadado. Até agora o fundo não foi tratado pelos candidatos a governador, que sequer têm planos de governo que mereçam esse nome. 

Com 36,7% de sua população passando fome, é lícito perguntar a que serve o Fecoep e a quem seus recursos beneficiam. Pouco envergonhados com a fome e a miséria que assolam o estado, os postulantes ao governo têm prometido soluções paliativas que não resolvem o problema, até porque serão esquecidas antes mesmo da posse do vencedor.

Outra questão que envergonha os alagoanos é a omissão dos governantes com relação aos danos ambientais, sociais e econômicos provocados por 40 anos de exploração do sal-gema em Maceió. E mesmo em ano eleitoral os candidatos ao governo solenemente ignoram a maior tragédia ambiental do país, com cinco bairros destruídos e milhares de famílias prejudicadas. 

Às vésperas da eleição de outubro não custa lembrar que a mineradora responsável pela destruição de parte da cidade bancou as campanhas eleitorais da elite política do estado nas últimas décadas. Agora, o preço a pagar é o silêncio criminoso desses “representantes” do povo.


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