Debate pouco acrescentou aos candidatos e nada aos eleitores indecisos

O último debate em torno das eleições deste ano, promovido na noite dessa terça-feira pela TV Gazeta, pouco ou quase nada acrescentou aos candidatos a governador de Alagoas a ponto de mudar o xadrez eleitoral. A grande expectativa da noite era a exploração das denúncias contra Paulo Dantas (MDB) publicadas pelo pai do governador, o ex-deputado Luiz Dantas, passou ao longe das discussões.

O escândalo familiar que moveu os meios de comunicação e as redes sociais na última semana das eleições gerou a expectativa de que Paulo Dantas seria triturado pelos adversários e sua candidatura afundaria de vez. Mas a única tentativa de Rodrigo Cunha (UB) em colocar o caso no centro dos debates foi repelida com veemência, por Paulo Dantas. E ninguém mais falou nisso.

Superada essa questão, o debate seguiu morno e sem empolgação por parte dos candidatos, que não apresentaram nada de novo em termos de propostas para tirar Alagoas do mapa da fome e superar os índices de miséria e pobreza que deveriam envergonhar seus dirigentes. Nas duas horas de debate o que se viu foi mais do mesmo, deixando os eleitores frustrados.

Com Paulo Dantas fora da linha de tiro, Rodrigo Cunha virou o alvo principal de todos os adversários. O candidato de Arthur Lira (PP) apanhou de todos os lados e gastou todo seu tempo se defendendo das acusações de ter trocado o PSDB pelos milhõe$ do fundão eleitoral e do orçamento secreto de Lira.

Rui Palmeira (PSD), o mais sensato dos candidatos, acusou Rodrigo Cunha de ser um senador vazio que nada fez por Alagoas nos seus quatro anos de mandato. Acuado, Cunha apelou para Jó Pereira (PSDB), candidata a vice em sua chapa, como forma de legitimar sua candidatura pela boa avaliação da deputada.

A única coisa que ficou desse último debate foi a certeza de que os indecisos só definirão em quem votar no dia 2 de outubro. A menos que ocorra outro incidente de percurso, o candidato Paulo Dantas deve manter-se na dianteira das intenções de voto, seguido de perto por Rodrigo Cunha, Fernando Collor (PTB) e Rui Palmeira.

* Esse texto faz parte da coluna online Sururu, do Extra Alagoas. Trata-se de um texto opinativo.