Lira defende permanência das emendas do relator: saques aos cofres públicos na fonte

O deputado Arthur Lira defende a permanência ad aeternum das emendas do relator, o chamado orçamento secreto, com argumentos típicos das organizações criminosas. Para ele, o “orçamento municipalista” – novo nome da excrescência – é melhor que a volta do mensalão, que institucionalizou a roubalheira no Brasil durante o governo petista.
O argumento do cacique-mor do Centrão é desprovido de qualquer senso de decência, mais ainda pelo cargo que exerce no comando da Câmara dos Deputados.
Seu raciocínio é simples e direto: se é para saquear os cofres públicos vamos direto à fonte, sem intermediários.
Arthur Lira conclui que sequestrar o orçamento da União e ratear parte do butim com prefeitos aliados – para manter currais eleitorais – é mais prático que “se humilhar” aos ministros para liberar emendas parlamentares, o quinhão de cada deputado na pilhagem nacional.
Talvez isto explique a estrondosa votação de Lira no estado, onde comandou a maior distribuição de dinheiro público na história das eleições em Alagoas, via fundão eleitoral e verbas secretas destinadas a prefeitos e aliados.
Vitaminado por mais de 200 mil votos, o parlamentar sente-se à vontade até para criminalizar os institutos de pesquisa que não rezam por sua cartilha.
Em Alagoas, teme-se que esse comportamento indecoroso de Arthur Lira afete seu pupilo Rodrigo Cunha, candidato ao governo sob as bênçãos do bilionário partido União Brasil e do PP. Mesmo na condição de traidor do PSDB e senador zero à esquerda, Cunha corre o risco de virar governador pau-mandado.