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Arthur Lira: o sujo e o mal lavado

Por 29/10/2022 - 06:44

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Agência Câmara
Arthur Lira
Arthur Lira

Arthur Lira conclamou a imprensa alagoana “a cumprir seu papel” e investigar Paulo Dantas, seus aliados na Assembleia Legislativa e outros gestores públicos. O mesmo chamamento foi feito pela deputada Jó Pereira durante entrevista coletiva do candidato Rodrigo Cunha para repisar as denúncias contra seu adversário ao Governo de Alagoas.

A convocação do deputado faz lembrar a piada do macaco que não olha para o próprio rabo. Arthur Lira seria o último político com moral para fazer tal pedido à imprensa, a menos que aposte na falta de memória do povo ou acredite no trabalho sujo da imprensa domesticada que encobre seus malfeitos.

Imprensa séria, comprometida com os interesses maiores da população, não precisa da lição de jornalismo de Arthur Lira. Basta acessar o Google, digitar seu nome e logo aparece a folha corrida do parlamentar com a lista de seus antecedentes criminais.

Arthur Lira talvez esteja com a memória curta para esquecer que, assim como outros veículos de comunicação, este jornal EXTRA foi vítima de processos judiciais por investigar ações deletérias do próprio parlamentar. Inclusive impondo censura prévia ao jornal para satisfazer propósitos ditatoriais.

Todo alagoano lembra a famigerada Operação Taturana que prendeu e condenou vários deputados, inclusive o próprio Lira, por desvio de R$ 300 milhões (valores não atualizados) dos cofres da Assembleia. Quinze anos depois, todos permanecem na impunidade enquanto os cofres públicos continuam lesados.

A imprensa que cumpre seu papel também não precisa pesquisar para saber que Arthur Lira está inelegível por ter sido condenado em duas instâncias da Justiça alagoana pelo assalto aos cofres públicos quando era deputado estadual.

Vale lembrar ainda que mesmo condenado, Lira escapou da Lei da Ficha Limpa por uma liminar graciosa concedida por um juiz amigo do poder e avalizada pelo mesmo tribunal que afastou o governador Paulo Dantes no processo das rachadinhas.

Ao tentar pautar a imprensa para satisfazer seus interesses nada republicanos, o deputado Arthur Lira esquece o rabo preso e se transforma em sujo falando do mal lavado. A história não pode ser apagada.


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