Arthur Lira perde poderes e tem reeleição ameaçada após fim do orçamento secreto

Sem o bilionário orçamento secreto – detonado pelo STF – Arthur Lira perdeu poderes e não terá vida fácil para se reeleger presidente da Câmara dos Deputados no Governo do PT. Com o trono ameaçado, Lira terá sua liderança política colocada à prova sob pena de revelar-se um reles mercador de votos com uso do dinheiro público.
Mesmo fragilizado pela decisão do Supremo que lhe puxou o tapete, Arthur Lira rendeu-se às pressões do PT e dos próprios colegas e fez aprovar a PEC da Gastança e o fim do teto de gastos. Tudo para se manter no poder e garantir cargos públicos e recursos do erário drenados do Orçamento Federal.
Além do desgaste com o fim do escandaloso orçamento secreto, Lira ainda enfrenta uma guerra aberta com Renan Calheiros pelo comando político de Alagoas. Até agora, Renan leva vantagem na disputa, mas o xeque-mate será a derrota de Lira na reeleição para presidente da Câmara.
Sem esse cargo, o deputado perde força para continuar no comando do Centrão e dando as cartas na Câmara Federal. E mesmo que renove o mandato, Lira não terá o mesmo prestígio que detinha no desgoverno de Jair Bolsonaro.
Mas o maior desafio de Arthur Lira é escapar do processo em que é acusado de corrupção no episódio em que um ex-assessor foi flagrado com R$ 104,4 mil em dinheiro vivo ao tentar embarcar num voo do Rio para Brasília. O dinheiro seria fruto de propina cobrada pelo deputado para manter o presidente da estatal CBTU no cargo.
A denúncia chegou ao STF em 2019, mas o processo está parado desde novembro de 2020 quando o ministro Dias Tóffoli pediu mais tempo para analisar os autos e ainda não os devolveu. Sem a presidência da Câmara Lira ficará exposto a uma decisão política do STF que pode lhe dar mais uma rasteira.