Braskem faz órgãos se omitirem perante destruição de bairros

Nos últimos cinco anos a Braskem fez e desfez em Alagoas. Levou órgãos importantes a se omitirem, quase se ajoelharem em genuflexão; destruiu parte significava de Maceió e de municípios da região metropolitana, obrigou moradores a entregarem suas casas a preços abaixo do mercado, em muitos casos com enormes prejuízos, e desvalorizou 24 mil imóveis na área do entorno do acidente.
O desastre socioambiental levou ao suicídio de várias de pessoas e a estado crítico psicológico outras centenas. Quase 160 mil pessoas foram prejudicadas, 16% da população de Maceió. Não ficou nisso, também destruiu bens materiais e imateriais de alto valor simbólico e histórico para Alagoas, causou transtornos gigantes em Maceió, que viu os preços dos imóveis subirem vertiginosamente e suas vias congestionarem, além de provocar um prejuízo fiscal bilionário ao Estado. Tudo à vista das representações de estado, portanto, do povo alagoano – sem que, com raras exceções, movessem uma linha na defesa de Alagoas e seu povo.
A mudança do foco de atuação local para uma pressão a nível federal que impeça a venda da petroquímica antes de se solucionar o problema de Alagoas, promovida pelo senador Renan Calheiros, mudou o rumo das coisas. E o resultado já começa a aparecer, afinal.
Altas autoridades federais já se comprometeram com seus pleitos por Alagoas. A fala do líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues, garantindo que “o governo não permitirá a venda da empresa antes de um acerto com Alagoas”, foi uma grande vitória para o estado. Foi uma lufada de vento fresco em ambiente soturno e quente que – como mágica – se espalhou por aqui com a reação da cidadania ao domínio despótico da Braskem nos órgãos públicos e até na justiça.
Esta semana foi um bom exemplo dessa onda positiva. Os jornais registraram ações ganhas na justiça contra a empresa, pressão da população a órgãos públicos para “resolverem o problema”, lançamento de Carta Aberta em defesa de Alagoas, penhora de parte do faturamento da Braskem e a informação de que a Petrobrás avalia adquirir a petroquímica.
A estratégia do senador Renan Calheiros é a raiz de todas essas mudanças. Bem assessorado e com informações de qualidade, está fazendo mais por Alagoas do que tudo que foi tentado nos últimos anos por aqui. Alagoas voltou a sonhar com uma saída para a questão Braskem.