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Força política de JHC em Maceió tem tirado o sono do MDB de Calheiros

Por 13/01/2024 - 06:30

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Itawi Albuquerque
JHC, prefeito de Maceió
JHC, prefeito de Maceió

Apesar do desgaste político decorrente do “negócio da China” feito com a Braskem, JHC se mantém firme como candidato imbatível à reeleição de prefeito de Maceió, sem adversário à vista até agora. Bem situado nas pesquisas de intenção de voto, JHC está mais preocupado com a escolha de seu candidato a vice do que com os possíveis adversários. 

A força política de JHC em Maceió tem tirado o sono do MDB de Renan Calheiros e de seus aliados a ponto de o deputado Marcelo Victor admitir ser inútil gastar capital político, esforços e recursos financeiros na disputa com o prefeito. “É jogar dinheiro fora”, teria dito o presidente da Assembleia Legislativa em conversa com assessores. 

Marcelo Victor defende que o MDB concentre todos os seus esforços no interior do estado objetivando conquistar a maioria dos prefeitos e vereadores para a batalha maior das eleições majoritárias de 2026. Uma possível reeleição de JHC na capital o credenciaria como forte candidato a governador do Estado, hipótese que o MDB não admite nem em sonho.

Essas circunstâncias favoráveis ao prefeito já estão gerando uma guerra interna pela vaga de candidato a vice de JHC. Reeleito, ele certamente renunciará ao cargo antes do fim do mandato para disputar o governo, e o vice concluiria o mandato com direito à reeleição. Uma chance de ouro que ninguém quer perder. Por isso a fila de candidatos a vice aumenta a cada dia. Nos bastidores os nomes mais lembrados são os de Jó Pereira, Davi Davino e do senador Rodrigo Cunha, que ainda não disse a que veio. 

Enquanto o senador Renan Calheiros alimenta uma guerra sem trégua com Arthur Lira e JHC, tendo a Braskem como pano de fundo, seu partido trabalha dia e noite na busca de um candidato viável para disputar a Prefeitura de Maceió. A tarefa é difícil e até agora o nome mais leve é o de Rui Palmeira, atual secretário de Paulo Dantas e ex-prefeito da capital que se não deixou uma grande obra para marcar sua gestão, saiu limpo da empreitada e tem boa reputação. Se é que isso ainda vale alguma coisa nos tempos atuais.

A luta a ser travada em torno das eleições municipais deste ano em Alagoas servirá de teste de fogo para a grande batalha do pleito majoritário de 2026, quando os dois principais grupos políticos irão se enfrentar. De um lado, Renan Calheiros, Paulo Dantas e Marcelo Victor estarão na linha de frente para barrar Arthur Lira, JHC e Cia. Há o consenso de que se as eleições fossem hoje, o único capaz de derrotar a candidatura de JHC ao governo seria Renan Filho, senador e ministro de Lula. 

O mundo político, no entanto, dá muitas voltas e os que hoje se digladiam pelas redes sociais, amanhã poderão estar abraçados no mesmo palanque. E até já se fala na possibilidade de uma aliança branca entre os dois principais caciques políticos de Alagoas para as eleições de 2026. Pelo acordo, o senador Renan Calheiros teria a reeleição garantida e Arthur Lira ficaria com a segunda vaga no Senado. 

Um exemplo recente da natureza venal do mundo político ocorreu na última eleição presidencial quando Geraldo Alckmin denunciou o plano de Lula de “voltar à cena do crime”. Lula voltou, Alckmin virou vice-presidente e ninguém fala mais disso.


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