Divisão do botim
Enquanto a plebe discute as eleições municipais de outubro e as chances de seus candidatos, os caciques da política alagoana negociam a possibilidade de acordos e alianças para o pleito majoritário de 2026. O feudo é pequeno, mas o suficiente para manter as elites sempre no poder e o regime de servidão que vigora desde as capitanias.
Mesmo faltando mais de dois anos para as eleições majoritárias os arranjos políticos para a disputa de governador e senador já estão a pleno vapor. Com duas vagas no Senado em 2026 a divisão do botim fica mais fácil que a batalha pela cadeira de governador.
Nos bastidores do poder circulam alguns desses possíveis arranjos políticos, mas só tomarão corpo a partir de fevereiro de 2025 quando acaba o mandato de Arthur Lira na presidência da Câmara Federal. Se fizer o sucessor, se fortalecerá para exigir maior fatia de poder em Alagoas. Se não, o mando de campo permanecerá com Renan Calheiros por mais alguns anos.
As composições para o pleito majoritário dependem das eleições municipais e da força política com que cada um dos dois principais grupos sairá das urnas. Mesmo que seja derrotado em Maceió, dado a força política de JHC, Renan Calheiros tem chances de vitória na maioria dos municípios onde o MDB está consolidado e pode eleger o governador.
O acordão político está sendo costurado sob as bênçãos do presidente Lula, amigo de Renan desde criancinha, e amigo de conveniência do presidente da Câmara dos Deputados. Tudo em nome da “governabilidade”, eufemismo para esconder a briga de foice de Lula com Lira por mais verbas, e de Renan com Lira para se manter no poder em Alagoas.
PS: Não se pode esquecer que qualquer acordo na divisão de poder no estado passa, necessariamente, pelo aval do deputado Marcelo Victor, presidente da Assembleia Legislativa e novo homem forte de Alagoas.