O poder das urnas
A eleição municipal deste ano delimitou as áreas de influência de Renan Calheiros e de Arthur Lira no estado e definiu o poder de barganha de cada um nas eleições majoritárias de 2026. Somados os votos e pesados os apoios dos dois principais caciques da política alagoana, Renan saiu vitorioso com a eleição de 65 prefeitos do MDB contra 27 do PP de Arthur Lira.
Na capital, Renan acumulou mais uma derrota eleitoral com a pífia votação de Rafael Brito, candidato do MDB, enquanto Lira também perdeu com a esmagadora vitória de JHC sem o apoio do deputado. O prefeito mostrou ter luz própria e força política suficiente para descartar o apoio de Arthur Lira.
A reeleição do prefeito no 1º turno consolida sua liderança no maior colégio eleitoral do estado e, mais que isto, reduz a influência de Arthur Lira sobre JHC, que surge como terceira força política de Alagoas. A partir de agora, o jogo do xadrez político terá, necessariamente, a participação de João Henrique Caldas.
Nessa condição o prefeito de Maceió deve medir forças com Renan Calheiros e Arthur Lira já no pleito majoritário de 2026. Tal circunstância pode levar Lira a fazer aliança com Renan Calheiros em torno da sucessão de Paulo Dantas e na divisão das duas vagas de senador.
No entanto, qualquer acordo com Arthur Lira para o pleito de 2026 vai depender de como o presidente da Câmara dos Deputados se sairá na disputa à sua sucessão. Se eleger o sucessor, sairá fortalecido, o que favorecerá uma possível aliança com o grupo de Renan e Marcelo Victor. Caso contrário, Lira perderá força e terá que adiar seu projeto de ser senador em 2026.