A voz das urnas
Passadas as eleições, vencidos e vencedores iniciam uma nova fase de entendimentos para marcar a posição de cada lado no pleito majoritário de 2026. As urnas revelaram que nenhum dos dois grupos políticos que disputam o mando de campo em Alagoas obteve votos suficientes para se afirmar como grande vencedor do pleito municipal.
O senador Renan Calheiros e o deputado Arthur Lira, os dois principais caciques da política alagoana, ainda não fizeram acordo de paz, mas promovem momentos de trégua não declarada que sinaliza futuras alianças com vistas às eleições gerais de 2026. O sonho de Lira é se eleger senador e Renan lutará pelo 5º mandato consecutivo em sua última batalha eleitoral antes de pendurar as chuteiras.
Com duas vagas no Senado em 2026, tudo estaria resolvido não fosse uma pedra no caminho chamada JHC, que também quer ser senador ou governador do Estado. É aí que entra o xis da questão, visto que Renan Filho já foi escalado para voltar ao Governo de Alagoas, não deixando espaço para o prefeito de Maceió.
Ungido nas urnas como nova liderança em Alagoas, o prefeito JHC pretende usar seu capital político para alçar voos mais altos e certamente não ficará de fora das eleições majoritárias de 2026. A difícil equação é acomodar as quatro forças políticas nos três cargos em disputa.
Pelo andar da carruagem, há indícios de uma possível aliança entre Renan e Lira na disputa ao Senado, ficando em aberto a sucessão estadual, que poderá ser disputada por JHC e Renan Filho. Será uma costura difícil, mas não impossível quando se trata da única opção de perder os anéis para salvar os dedos.
Nessa batalha que se avizinha não há favoritos; são todos fortes competidores e lutarão para salvar seu pedaço de poder e a si próprios. O mesmo não se pode dizer dos sofridos alagoanos, obrigados à labuta no dia a dia para garantir a própria sobrevivência.