Fim do Veredas

Um especialista em saúde pública e privada e conhecedor profundo dos bastidores do Hospital Veredas entregou, recentemente, um relatório alusivo à viabilidade do empreendimento que, neste momento, mal consegue funcionar com apenas dois leitos (já teve 400 em atendimento). Isto mesmo: dois leitos!

Interessados no relatório - investidores particulares - ficaram abismados com a conclusão do documento que recomenda a municipalização, estadualização ou federalização do hospital e elimina qualquer possibilidade de seguir com o atual modelo gerido por uma fundação cujo CNPJ acumula um débito superior a R$ 350 milhões em processos trabalhista, fiscal, tributária, prestadores de serviços e fornecedores.

A proposta para recuperar a carcomida Fundação Hospital da Agroindústria do Açúcar e Álcool de Alagoas, responsável pelo Veredas, que sucedeu o Hospital dos Usineiros, posteriormente Hospital do Açúcar, foi considerada ideia de jerico, mesmo que associada a uma recuperação judicial. A razão é simples: ninguém quer colocar dinheiro num buraco sem fundo.

O defensor público Ricardo Melro esteve recentemente no hospital e ficou incrédulo com a situação, e diante dos fatos, segue visitando "in loco" instituições que alegam estar suprindo o desatendimento do Veredas já que antes sequer faziam sua parte. A conferir o trabalho do combativo defensor público conhecido por comprar boas brigas com o setor da Saúde, a despeito de alguns escorregões. Afinal, o irmão dele é diretor do HGE.

Quem imaginava que a situação do Veredas chegou ao fundo do poço logo viu que o fundo é falso; o hospital perdeu o Cebas (uma espécie de certificado que dá, à fundação garantia ao acesso de recursos financeiros do poder público - União, Estado ou prefeitura) considerado a joia da coroa para poder atuar na filantropia e, assim, assegurar prioridade sobre recursos financeiros na frente das entidades privadas.

Enquanto não se chega a uma solução, a diretoria provisória do Veredas, comandada por um médico que responde a inquérito por imperícia médica, pretende manter o hospital na UTI respirando por aparelhos.