Sururu

Na contramão da história

11/08/2025 - 08:10
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Divulgação
Ricardo Melro
Ricardo Melro

O Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública do Estado, último bastião na luta pela justa reparação dos danos provocados pela Braskem, foi ferido de morte pelo próprio chefe da Defensoria. De uma só canetada, Fabrício Leão Souto trocou os integrantes do órgão por defensores públicos alheios às ações institucionais que contestam os relatórios da petroquímica sobre a tragédia ambiental que devastou parte de Maceió.

Ao invés de fortalecer as ações do Núcleo de Proteção Coletiva até então coordenado pelo defensor público Ricardo Melro, o chefe da Defensoria Estadual optou por esvaziá-lo, abrindo espaço para afrouxar a luta contra a Braskem nesse longo processo que exige firmeza, independência e compromisso com o interesse público, sobretudo das 140 mil vítimas da tragédia. 

Vale lembrar que Fabrício Souto, além de chefe da Defensoria Pública, é defensor titular nas ações judiciais contra a Braskem no órgão coletivo, mas nunca participou de suas reuniões. E pior, desde que assumiu o comando da Defensoria tem tomado medidas contrárias aos interesses do núcleo e das vítimas da tragédia ambiental. 

Fabrício Souto é baiano assim como o empresário Nelson Tanure, que negocia a compra da Braskem, mas ninguém acredita que esse fato tem a ver com decisões que enfraquecem a luta da Defensoria Estadual contra a poderosa petroquímica e seus defensores encastelados em órgãos públicos que deveriam fiscalizá-la.


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