Operação Estágio 4

Verba da saúde bancou pousada de luxo no litoral de Alagoas, aponta site

Imóvel milionário teria sido adquirido em nome do filho de secretário afastado
Por Redação 20/12/2025 - 07:25
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Reprodução
O secretário de Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, foi afastado do cargo
O secretário de Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, foi afastado do cargo

A Polícia Federal investiga um suposto esquema de desvios de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) na Secretaria de Saúde de Alagoas que teria resultado na compra de uma pousada à beira-mar, em Porto de Pedras, litoral norte do estado. Segundo a apuração do UOL, o imóvel foi adquirido em nome do filho do então secretário da pasta, Gustavo Pontes de Miranda, como forma de ocultar patrimônio.

De acordo com a PF, parte do dinheiro desviado do Sistema Único de Saúde foi usada para comprar um terreno de 3.800 metros quadrados, onde funcionaria posteriormente a pousada Rancho Luar, avaliada em cerca de R$ 5,7 milhões. O contrato de compra e venda foi firmado em abril de 2023, quando o comprador formal tinha 22 anos e era estudante de medicina.

Gustavo Pontes de Miranda foi afastado do cargo por decisão judicial e é um dos alvos da Operação Estágio 4, deflagrada na última terça-feira. A pedido da PF, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região determinou o sequestro do imóvel para evitar a dissipação de bens supostamente adquiridos com recursos públicos.

A investigação aponta ainda que parcelas da compra teriam sido quitadas por terceiros, incluindo empresários com contratos com a Secretaria de Saúde e um assessor da pasta, identificado como possível operador financeiro do esquema. A PF também apura indícios de crime tributário, já que o imóvel foi declarado à Receita Federal por valor muito inferior ao estimado no mercado.

Além da aquisição da pousada, a PF investiga contratos emergenciais firmados entre 2023 e 2025 que somam quase R$ 100 milhões, além de um suposto ressarcimento superdimensionado de consultas e procedimentos médicos que não teriam sido realizados, com prejuízo estimado em mais de R$ 18 milhões.

Em nota, Gustavo Pontes de Miranda negou irregularidades, afirmou nunca ter praticado ilícitos penais e classificou a operação como abuso, questionando a competência federal da investigação. O governo de Alagoas informou que criou uma comissão especial para acompanhar o caso e reafirmou compromisso com a colaboração total com os órgãos de controle e investigação.


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