O destino de JHC
Ao redirecionar sua gestão para importantes projetos de infraestrutura em Maceió, JHC sinaliza que deve mesmo concluir o mandato e se credenciar como grande gestor público. Seu primeiro mandato foi marcado mais por obras superficiais de interesse comunitário e apoio ao turismo, mas sem grande importância do ponto de vista da escassa infraestrutura da capital. Vale lembrar que a cidade precisa mais do que calçadões turísticos, roda-gigante e outros apetrechos de lazer.
Se ficar até o fim do segundo mandato terá chance de concluir o projeto de despoluição do Salgadinho, construir novo mercado público, o centro administrativo e corredores viários que transformarão Maceió em cidade moderna. São importantes obras que marcarão seu governo e o credenciarão como gestor público de visão. Por isso ninguém acredita que abandone tudo para entrar numa aventura eleitoral em busca de um mandato de senador ou mesmo disputar o Governo de Alagoas.
Mesmo sendo forte candidato a qualquer desses cargos majoritários, como atestam todas as pesquisas de intenção de voto, o prefeito corre o risco de ser derrotado nas urnas e interromper seu futuro político. E o pior, deixará a cidade entregue ao vice-prefeito, que ainda não disse a que veio.
Ainda assim, poucos acreditam que o prefeito cumpra o acordão de Brasília de ficar na prefeitura até o fim do mandato. Boa parte dos que o cercam torcem por uma candidatura ao governo do Estado, disputando com Renan Filho, mas assessores próximos acreditam que JHC deve mesmo disputar o Senado em 2026, com ou sem Arthur Lira no páreo.
Aos 38 anos de idade e dono de invejável capital político conquistado logo no primeiro mandato, JHC terá tempo suficiente para consolidar seu projeto de poder. Até lá, é tocar o bonde e acreditar no milagre da “Oração ao Tempo”, do mestre Caetano Veloso.



