A Braskem e o Master
O acordo de cavalheiros que livrou a Braskem de quitar seu bilionário passivo ambiental com Alagoas e a bilionária fraude do Banco Master que lesou o IPREV-Maceió em R$ 117 milhões são temas escalados para animar a campanha eleitoral do próximo ano. De um lado estará o prefeito JHC e do outro o governador Paulo Dantas.
JHC deve estar blindado pelo acordão de Brasília, o que impede de ser cobrado pelo golpe milionário do Master contra a previdência dos servidores de Maceió. Sem o acordo avalizado por Lula, o prefeito certamente seria moído pela oposição sob o comando do MDB dos Calheiros.
Já o acordo com a Braskem quitando todas as pendências da petroquímica referentes ao desastre ambiental que devastou cinco bairros de Maceió é mais difícil passar incólume na guerra eleitoral de 2026. Afinal, o estado havia arbitrado o passivo ambiental da Braskem em R$ 20 bilhões e acabou fechando um acordo por R$ 1,2 bilhão em 10 parcelas anuais a partir de 2030. Um verdadeiro negócio da China para a petroquímica.
Ao fechar acordo idêntico com a mesma Braskem, o prefeito de Maceió não deve cobrar do governador explicações sobre o acordo entre o Estado e a petroquímica. Como ambos beberam na mesma fonte poluída, ninguém tem autoridade para cobrar nada de ninguém e o tema deve ir para as calendas gregas.
Paulo Dantas, no entanto, deve enfrentar forte cobrança dos deputados Alfredo Gaspar e Arthur Lira, que elegeram a anistia à Braskem como tema central da campanha eleitoral do ano que vem. Ferrenho opositor, Gaspar vem batendo pesado no governo desde que o acordo foi assinado e deve endurecer o discurso durante a campanha eleitoral. Lira também não deixará por menos.
Sorte de Renan Filho que deve escapar do esperado tiroteio comandado por Gaspar e Arthur Lira em protesto contra o acordo da Braskem. Mesmo sendo aliado de Paulo Dantas, Renanzinho deve ser poupado nessa guerra até porque não se envolveu nas tratativas que culminaram no acordo que livrou a petroquímica de pagar por seus crimes ambientais.



