Conteúdo do impresso Edição 1262

EDUCAÇÃO

Reajuste aos professores da rede estadual em Alagoas está ainda sem definição

Em estudo técnico, processo passa pela fase de negociação
Por MARIA SALÉSIA 20/04/2024 - 05:00

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CORTESIA
O presidente sindical Izael Gomes
O presidente sindical Izael Gomes

A Campanha Salarial 2024 da Educação da rede pública estadual em Alagoas é a pauta principal nos últimos tempos, mas continua sem definição. Ainda em processo de negociação, a falta de proposta do governo tem causado desconforto, e a cobrança é que o reajuste seja superior ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) com ganho real para que possa reaver perdas anteriores, já que o piso deste ano é de 3,60%.

Na busca por definição, semana passada o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) realizou assembleia e espera que em breve o governo apresente proposta. Outra preocupação do presidente do Sinteal, Izael Gomes, é com os precatórios do Fundef. Segundo ele, na última reunião com a gestão estadual foi definido um cronograma, a partir da instalação de um Grupo de Trabalho (GT). “Vamos analisar um projeto de lei e tratar dos critérios para os recebimentos dos valores”, lembrou Izael, ao acrescentar que têm direito aos precatórios do Fundef os profissionais do magistério que trabalharam no período de 1998 a 2006 (ativos, aposentados, pensionistas e temporários).

O presidente alertou aqueles que têm direito para não caírem em golpes: “Não precisam procurar advogados, aguardem os próximos passos”. E reforçou: “O Sinteal está lutando também para que você, funcionário da educação, possa receber o valor dos precatórios do Fundef dos 40%. É nossa luta para que o governo reconheça este direito”, garantiu.

Para os trabalhadores aposentados da educação, Izael disse que o Sinteal está lutando em duas frentes: política e jurídica. No âmbito jurídico, o Sindicato aguarda resposta da Justiça quanto a uma ação impetrada pela entidade. “Ganhamos em primeira instância, nossos advogados pedem a inclusão do retroativo dos meses em que os aposentados ficaram no prejuízo, e aguardamos o posicionamento da Justiça”, disse.

No âmbito político, o presidente da entidade afirmou que o Sinteal está firme e forte nas ações de mídia e nas escolas e ruas cobrando respeito e valorização. “Realizamos a nossa marcha, fomos à imprensa e cobramos da Seplag que seja feita a equiparação entre o salário vigente e o plano que foi aprovado para todos os trabalhadores e as trabalhadoras da educação”, explanou.

O presidente foi enfático ao afirmar que todos os profissionais da educação – da ativa e na aposentadoria – estão na ‘letra D’. “Não há ninguém na letra E ou F; todos estão na mesma faixa salarial e quem tem paridade e integralidade recebe conforme a ‘letra D’ do plano”, comparou.

Vale ressaltar que em relação à luta da data-base 2024, já houve a primeira reunião com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e o sindicato da categoria cobra que ainda na primeira quinzena de abril seja realizada nova reunião, e que o governo apresente proposta de percentual de reajuste.

OUTROS ESTADOS

Com 5,62% o reajuste ofertado aos professores da rede estadual do Ceará é o mais alto do Nordeste, levando em consideração os estados que já anunciaram oficialmente seus percentuais. O interessante é que o índice cearense está um ponto percentual acima do IPCA, a inflação oficial do País, e dois acima do piso nacional do Magistério, cuja reposição é de 3,62%. Dos estados do Nordeste que fecharam o reajuste, merecem destaque o Rio Grande do Norte e Maranhão, com 3,62%, Paraíba com 5%, Piauí 5,35%, e Sergipe concedeu o piso nacional de 3,62% mais abono. Já Alagoas, Bahia e Pernambuco não definiram.

O OUTRO LADO

A Seduc (Secretaria de Estado da Educação), através de sua assessoria de comunicação, informou que a negociação do reajuste está em andamento. E explicou ainda que a folha de servidores efetivos, comissionados e estagiários totaliza R$ 60,2 milhões, enquanto a de contratados (professores e agentes educacionais) abarca R$ 16,6 milhões. 

Logo, a folha total da Seduc é de, aproximadamente, R$ 77 milhões para 20.272 pessoas. Neste universo, são 9079 professores efetivos e 2.922 contratados. Com salários a depender de carga horária e formação, valores para profissionais com carga horária de 30h: Profissionais com Magistério / Curso Normal – R$ 3.435,43; nível superior / Licenciatura - R$ 3.929,60; com especialização - R$ 4.322,55; com mestrado - R$ 4.754,81 e doutorado - R$ 5.705,77. Vale ressaltar que não há previsão para realização de concurso público para a área da Educação Pública do Estado de Alagoas.


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