Acusados de crimes sexuais querem reassumir prefeituras

Na semana passada, o jornal EXTRA trouxe à tona a movimentação política de Edson Mateus, ex-prefeito de Santa Luzia do Norte, que busca retomar o controle do município por meio de sua família. Sua esposa, Gersileide Moreira, é candidata a vice-prefeita pelo Solidariedade, enquanto seu filho, Zezé Mateus, concorre ao cargo de vereador pelo MDB. Além disso, Mateus está diretamente envolvido na campanha de Werdley Thiago Silva Amaral, conhecido como Meio Kilo, que disputa a prefeitura pelo MDB.

O retorno de Edson Mateus à política é marcado por controvérsias. O ex-prefeito tem uma condenação por estupro de vulnerável, com uma sentença de 11 anos e quatro meses de reclusão, além de multa. Apesar dessa condenação, ele continua articulando sua influência nas eleições municipais. Mateus não está sozinho nessa polêmica. Outros dois políticos alagoanos acusados de crimes sexuais tentam retornar ao comando das respectivas prefeituras de seus municípios na eleição deste domingo, 6.

ATEVALDO QUER VOLTAR A COMANDAR OURO BRANCO

Um desses casos é o de Atevaldo Cabral da Silva, ex-prefeito de Ouro Branco, denunciado pelo Ministério Público Estadual em 2012 por favorecimento à prostituição ou exploração sexual de vulneráveis. À época, as investigações revelaram um esquema envolvendo menores, facilitado pela troca de bens. Um episódio denunciado teria ocorrido em 2011, quando uma adolescente de 14 anos afirmou ter sido assediada por Atevaldo em troca de dinheiro em um encontro ocorrido em uma chácara de sua propriedade.

Apesar dessas acusações de crimes sexuais e de improbidades administrativas que coleciona durante sua passagem pela política, documentos encaminhados ao DivulgaCandContas da Justiça Eleitoral indicam que nada consta contra o candidato na esfera das justiças Estadual e Federal. Hoje, Atevaldo Cabral está novamente na disputa política, concorrendo ao cargo de prefeito de Ouro Branco pelo MDB. Mesmo com as acusações, sua campanha segue adiante.

GEO CRUZ SOB INVESTIGAÇÃO DO MPAL

Em Ibateguara, o ex-prefeito Manoel Geraertes Alves Cruz, conhecido como Geo Cruz, esteve mais recentemente no centro de uma investigação conduzida pelo Ministério Público de Alagoas após denúncias de crimes de assédio, abusos sexuais e uso de cargo de confiança para coerção de vítimas. A denúncia, originalmente encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF), foi repassada ao MP Estadual por questões de competência. Entre as mais de 40 vítimas apontadas estão prestadoras de serviço da prefeitura, incluindo algumas em cargos de gestão. A acusação foi formalizada por uma vereadora local.

Filiado ao MDB, Cruz já ocupou o cargo de prefeito de Ibateguara em dois mandatos consecutivos, entre 2012 e 2020. Apesar de sua longa trajetória política estar envolta em controvérsias, Geo Cruz, favorito para a disputa da prefeitura neste ano, não enfrentou até agora nenhuma punição judicial concreta. Assim como o caso de Atevaldo Cabral, documentos apresentados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que nada consta contra o candidato perante as justiças Estadual e Federal.