Conteúdo do impresso Edição 1289

OUTUBRO ROSA

Câncer de mama em mulheres jovens é mais agressivo

Incidência abaixo dos 40 anos é mais rara, porém crescimento é rápido e com grande chance de desenvolver metástase
Por MARIA SALÉSIA 26/10/2024 - 05:00

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Incidência abaixo dos 40 anos é mais rara, porém crescimento é rápido e com grande chance de desenvolver metástase
Incidência abaixo dos 40 anos é mais rara, porém crescimento é rápido e com grande chance de desenvolver metástase

O câncer de mama pode afetar mulheres de diferentes faixas etárias, mas suas características e incidência variam entre pacientes jovens e idosas. Em geral, a doença acomete mulheres acima de 50 anos, especialmente após a menopausa. Porém, o que vem chamando a atenção é o aumento das ocorrências em mulheres mais novas, abaixo de 40 anos, que representa cerca de 5% dos casos. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de 73.610 novos casos no Brasil este ano. Números do DataSUS mostram uma alta mortalidade pela doença no ano passado: foram mais de 20 mil óbitos em decorrência de tumores mamários. Segundo Vanessa Sanvido, mastologista do Hcor, os tumores em mulheres idosas crescem de forma mais lenta e, muitas vezes, respondem bem a tratamentos hormonais. O mesmo não acontece com mulheres jovens, que sofrem com a agressividade do câncer, além de presenciar um crescimento rápido e uma grande chance de desenvolvimento de metástase.

“Esses casos são mais raros, mas é por isso que alertamos tanto para a prevenção e o diagnóstico precoce. O exame mais efetivo para detectar câncer de mama em estágios iniciais é a mamografia. Geralmente o exame é recomendado para mulheres acima de 40 anos, já que é a faixa etária com mais incidência, mas precisamos começar a antecipar essa investigação”, diz a especialista. 

Outra forma que pode ajudar a apurar o diagnóstico é a investigação do risco de câncer hereditário. Muitas mulheres jovens com câncer de mama podem ter mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam significativamente o risco de desenvolver a doença. Identificar essas mutações permite que a paciente e seus familiares possam tomar precauções, seja com o acompanhamento médico intensivo ou, em alguns casos, cirurgias preventivas. 

“Essa busca pode guiar o tratamento, ajudando a personalizar as estratégias terapêuticas de acordo com as necessidades específicas da paciente. Tanto em jovens quanto em idosas, o cuidado personalizado, que leva em consideração os fatores genéticos e o quadro clínico geral, é fundamental para garantir os melhores resultados”, afirma a especialista.

Vanessa Sanvido alerta que, independentemente da idade, é fundamental que a mulher esteja atenta aos sinais do corpo, realizando exames preventivos regularmente e conversando com um médico sobre o histórico familiar. Quanto mais cedo o câncer for detectado, maiores são as chances de tratamento eficaz e cura. A mastologista reforça que o fator mais importante que contribui diretamente para a redução da mortalidade pela doença são os avanços no rastreamento, já que o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura em 95%.

É importante que as mulheres estejam sempre atentas aos sinais e sintomas suspeitos do câncer de mama: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).

OUTUBRO ROSA

Criado na década de 1990 pela organização estadunidense Susan G. Komen for the Cure, o Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para a prevenção, controle e cura do câncer de mama. Somente em 2018, com a Lei nº 13.733, a campanha Outubro Rosa foi instituída em todo o país. 

Simbolizada pelo laço rosa, a campanha mobiliza diversas instituições — tanto públicas quanto privadas — para disponibilização de exames gratuitos ou com preço reduzido, a fim de encorajar as mulheres a fazê-los para, assim, tratarem de qualquer problema encontrado precocemente. Isso porque nos estágios iniciais o câncer de mama é assintomático e responde muito melhor aos tratamentos.

O câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre as mulheres em todo o mundo, perdendo apenas para o câncer de pele não-melanoma (como o carcinoma basocelular). De todos os novos casos a cada ano, cerca de 25% são câncer de mama. Segundo dados do Inca, o câncer de mama é o tipo que mais acomete as mulheres no Brasil, com risco de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. No entanto, cerca de 1% dos casos ocorre em homens.

SOBRE O HCOR

O Hcor atua em mais de 50 especialidades médicas, entre elas Cardiologia, Oncologia, Neurologia e Ortopedia, além de oferecer um centro próprio de Medicina Diagnóstica. Possui Acreditação pela Joint Commission International (JCI) e diversas certificações nacionais e internacionais.

Desde 2008, é parceiro do Ministério da Saúde no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), o que proporciona que seu impacto em saúde esteja presente em todas as regiões do país. Instituição filantrópica, o Hcor iniciou suas atividades em 1976, tendo como mantenedora a centenária Associação Beneficente Síria, que também conduz projetos gratuitos de saúde para população em situação de vulnerabilidade.

 Além do escopo médico-assistencial, o hospital conta com um Instituto de Pesquisa, reconhecido internacionalmente, que coordena estudos clínicos multicêntricos com publicações nos mais conceituados periódicos científicos. Conjuntamente, capacita milhares de profissionais anualmente por meio do Hcor Academy com seus cursos de pós-graduação, cursos de atualização e programas de residência e aprimoramento médico.


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