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PM são acusados de participação em grupo de extermínio

Chefe da quadrilha tinha seis endereços e foi detido em Maceió
Por MP-AL 28/12/2017 - 16:10

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Foto: Assessoria
Foto: Assessoria

O Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) e as Polícias Civil e Militar cumpriram, na manhã desta quinta-feira (28), oito mandados de prisão e busca e apreensão contra pessoas acusadas de integrar um grupo de extermínio no município de União dos Palmares. Dentre os presos estão dois policiais militares. Um deles foi detido em Branquinha, dentro da companhia militar em que trabalha.

As investigações no Ministério Público, que contaram com o apoio do procurador-geral de justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, começaram no segundo semestre deste ano, após o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) receber informações a partir de inquérito instaurado pela Polícia Civil sobre a atuação de um bando que estaria matando em troca de recompensa financeira. Após a apuração, descobriu-se que os acusados são uma ramificação dos antigos ‘ninjas’, apelido dado a um grupo que, no passado, adotava a prática de delitos semelhantes.

Os mandados foram cumpridos em Maceió, União dos Palmares e numa cidade do interior de Pernambuco. O homem preso em Maceió, Francisco Eduardo da Silva, é apontado como um dos chefes da quadrilha e tinha seis endereços. Era uma estratégia para despistar os investigadores. Ele foi detido no Sítio São Jorge.

Foram presos também Wellington Monteiro da Silva Gomes, Carlos Eduardo Soares, Joelison da Silva Oliveira, Márcio Rogério da Silva Lima, Cícero Vasconcelos de Lima Júnior e Fernando Gomes de Lima Filho. Este último já foi, inclusive, processado por ser integrante do grupo de extermínio conhecido como "Ninjas".

Quase todas as prisões cumpridas são preventivas, apenas uma é temporária, de cinco dias, podendo ser prorrogada por igual período. 

“Sabe-se que o grupo criminoso é de alta periculosidade, havendo fortes indícios do envolvimento das pessoas em crimes de pistolagem na cidade de União dos Palmares e regiões circunvizinhas, sendo imperiosa a necessidade do cerceamento das liberdades dos envolvidos”, alegaram os promotores de justiça Paulo Barbosa de Almeida Filho, da 3ª Promotoria de Justiça de União dos Palmares; Antônio Luiz dos Santos Filho, Hamilton Carneiro Júnior, Luiz Tenório Oliveira de Almeida, Carlos Davi Lopes Correia Lima, Elísio da Silva Maia Júnior e Eloá de Carvalho Melo, todos do Gecoc; e os delegados Carlos Alberto Rocha Fernandes Reis e Valter do Nascimento Rocha, na representação encaminhada ao Poder Judiciário que pedia a prisão dos suspeitos.

Inquérito contra Alysson dos Santos

Uma das mortes em investigação é de José Alyson da Silva Cavalcante, assassinado na noite do dia 22 de outubro de 2016, na Rua Demócrito Gracindo, no Centro de União dos Palmares. O inquérito policial em andamento, comandando pelo delegado Valter do Nascimento Rocha, já apurou até agora que a vítima teria sido morta por causa de uma discussão com o ex-namorado de sua companheira à época, Bruna Bezerra do Nascimento.

No dia do crime, Alyson estaria indo para uma festa de aniversário quando foi emboscado por uma dupla numa motocicleta. O homem que estava no banco do carona efetuou os disparos e os tiros atingiram o pescoço da vítima, que morreu antes mesmo de receber os primeiros socorros. Com o desenrolar das investigações, foi descoberto que o crime teve o envolvimento de Carlos Eduardo Soares, o ‘Dudinha’, que trabalha como mototaxista, e o policial militar Fernando Gomes de Lima Filho, apelidado de ‘Fernandinho’.

Ainda segundo o que foi apurado, os dois teriam sido contratados por um homem chamado ‘Márcio Rogério’, que já havia se desentendido com Alyson por causa de uma ex-namorada, que passou a ser companheira da vítima.

Crime do educador físico Luan Douglas

O professor de educação física Luan Douglas dos Santos Porto foi assassinado no dia 18 de abril deste ano, na porta da casa onde morava, em União dos Palmares. Ele tinha acabado de entrar em sua residência quando foi chamado para o lado de fora. Ao chegar na calçada, foi atingido pelos disparos. Sua morte também é atribuída ao mesmo grupo.

As investigações, coordenadas pela comissão de delegados Carlos Reis, Fabrício Lima e Fábio Costa, apontaram que a vítima fora assassinada porque teria paquerado a esposa do policial militar Cícero Vasconcelos de Lima Júnior, conhecido como ‘cabo Júnior’. O PM chegou a procurar um homem cujo apelido é ‘Thor’ e propôs a ele a recompensa de R$ 4 mil para matar o educador físico. Diante da recusa, o PM procurou outro pistoleiro para executar o crime, fato ocorrido alguns dias depois.

Todos os presos serão ouvidos pelo Gecoc e Polícia Civil ainda nesta quinta-feira. Em seguida, eles serão encaminhados ao sistema penitenciário.

Atualizada às 10h06min

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