denúncia
Jovem relata agressão e tortura pelo Bope nas prévias
Uma mulher que prefere apenas se identificar como Juliana, de 37 anos, denuncia um caso de violência contra o filho, que segundo ela, foi cometido por policiais militares, no último sábado, 3, durante a passagem dos blocos carnavalescos, na orla de Maceió.
A vítima, um estudante de 17 anos, estava acompanhada de dois amigos. Ainda conforme a mãe, “seu filho foi covardemente torturado por PMs” em frente à própria residência.
Os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) teriam utilizado bastões para empurrar pessoas que estavam pelo caminho e o jovem teria questionado a atitude.
“Esse foi o motivo para que ele, que nunca levou um puxão de orelhas dos pais, sempre muito educado e estudioso, fosse covardemente torturado, de joelhos e de costas, por vários policiais, dentro de uma tenda branca. E depois ainda o largaram desmaiado num camburão sem ventilação alguma e superlotado”, conta a mãe.
Após o jovem ser liberado, ele teria sido ameaçado para não comentar o que tinha ocorrido.
O adolescente foi levado para casa por um homem que presenciou a situação. Familiares tentaram realizar o exame de corpo de delito, mas não conseguiram o serviço pelo Instituto Médico Legal (IML).
“A visão dele está prejudicada, mas ainda não sabemos o grau da lesão. Já as consequências psicológicas não sabemos a intensidade e nem quanto tempo durarão”, lamenta.
O jovem estudante explica que não entendeu a atitude dos policiais. “Me senti assustado e refém deles. Nem me explicaram porque estavam fazendo aquilo comigo, não me pediram nem documento”, desabafa.
A assessoria da Polícia Militar, em nota, informou que não foi comunicada oficialmente sobre o caso, mas reiterou que após a formalização da denúncia, irá acionar a Corregedoria para que os procedimentos cabíveis sejam tomados.