Máfia da Merenda
Maioria do CNJ rejeita acusação contra Washington Luiz

O desembargador afastado do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), Washington Luiz Damasceno Freitas, está mais perto de voltar às atividades.
Isso porque 10 dos 13 conselheiros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) votaram, nesta terça-feira, 19, pela improcedência da acusação de que Freitas estaria envolvido no cartel da merenda escolar.
O fato fez com que ele perdesse o cargo de presidente do Judiciário alagoano há quase dois anos. A maioria dos conselheiros do CNJ entendeu que o caso em questão deve ser rejeitado.
No entanto, o julgamento, que teve início pela manhã, foi suspenso a pedido do juiz Luciano Frota. O magistrado deve levar seu voto para o pleno na próxima terça-feira, 26.
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Máfia da Merenda
O desembargador foi acusado de
receber propina para prolatar decisão favorável à SP Alimentação e Serviços,
uma das empresas envolvidas com o cartel da merenda que atuou no início dos
anos 2000 em várias prefeituras, notadamente em São Paulo.
A SP tinha um contrato de fornecimento de merenda com a Prefeitura de Maceió, que o cancelou seguindo orientação do Ministério Público Estadual de Alagoas depois deste ter sido informado, pelo MP de São Paulo, das denúncias de irregularidades contra a empresa. Mas, em meio as investigações, o TJ determinou a continuidade do contrato.
De acordo com o MP alagoano, o então chefe de Gabinete do desembargador, Morgan Lisboa, teve depositados em sua conta, pela SP, R$ 300 mil. A suspeita é de que o dinheiro, na realidade, se destinava a Washington Luiz. O assessor foi afastado, mas suas ligações com a família Damasceno persistem ainda hoje em Piranhas, terra natal e reduto político do desembargador.