ELEIÇÕES 2018
Alckmin terá Collor como dono de seu palanque em Alagoas

O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, terá o senador Fernando Collor (PTC) como dono de seu palanque em Alagoas. Alvo de um impeachment em 1992 quando presidente, Collor é um dos réus na Lava-Jato.
A aliança entre tucanos e Collor foi uma imposição do PP, um dos integrantes do centrão, aceitado por Alckmin em troca do apoio da sigla na eleição presidencial. Os progressistas também estão com Collor.
O PSDB retirou de última hora sua candidatura ao governo alagoano e declarou apoio a Collor, indicando um tucano, o vereador Kelmann Vieira, como vice.
Collor amplia a lista de políticos acusados de corrupção ao lado de Alckmin. Em agosto de 2017, o senador tornou-se réu pelos crimes de de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e comando de organização criminosa na Lava-Jato.
Alckmin foi a favor do impeachment de Collor
Como o presidenciável vai lidar com o apoio do senador
alagoano ainda está sendo avaliado pela campanha. O tucano vem sofrendo
desgaste pela aliança fechada com o centrão — DEM, PP, PR, PRB e SD — liderado
por políticos condenados no mensalão e investigados na Lava-Jato.
Quando deputado federal, Alckmin votou pelo impeachment de Collor em 1992. Em seu pronunciamento, o tucano disse que o então presidente da República era indigno para o cargo que ocupava e representava o "velho ciclo" de impunidade no país e a corrupção.
"E será esse remédio (impeachment) que hoje o Brasil haverá de administrar contra os males da corrupção", afirmou Alckmin na sessão que aprovou o impeachment de Collor.
Em Alagoas, o PSDB é adversário histórico do senador. A aliança forçada criou um constrangimento para o tucanato. O ex-governador do PSDB Teotônio Vilela Filho divulgou nesta segunda-feira uma nota de repúdio à aliança com Collor numa rede social. "Desde o primeiro instante, manifestei minha posição contrária a aliança do PSDB com o PTC de Collor, sobretudo pela forma impositiva como ela ocorreu. Os meus correligionários sabem que não voto em Collor em nenhuma hipótese", escreveu o tucano.
"Nunca estivemos nessa situação. Collor nunca foi um aliado. Pelo contrário. Então, o partido vai ter que analisar aqui como isso vai ser", disse Cunha.
Teotônio e o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, que é presidente do PSDB em Alagoas, estiveram na quinta e sexta-feira da semana passada em Brasília para tentar impedir o acordo.
Até o fim da semana passada, Alckmin tinha um palanque próprio no estado. O pré-candidato a governador do PSDB era o vereador de Maceió, Eduardo Canuto, irmão do repórter Márcio Canuto. A candidatura do tucano não tinha chances de vitória, mas se prestava a dar ao presidenciável um palanque no estado contra a candidatura à reeleição de Renan Filho (MDB), apoiado pelo PT do ex-presidente Lula.