PÃO DE AÇÚCAR
Hidrelétrica aumenta vazão e alaga barracas próximas ao Rio São Francisco
Empresa havia garantido que não existiria possibilidade de alagamento
Barracas localizadas às margens do Rio São Francisco, em Pão de Açúcar, ficaram submersas nesta quarta-feira, 23, após aumento da vazão na Usina Hidrelétrica de Xingó autorizada pela Agência Nacional das Águas (ANA), no dia 11 deste mês.
A usina fica situada na divisa de Alagoas e Sergipe, e é administrada pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Pouco antes do ocorrido, o EXTRA entrou em contato com a assessoria de comunicação da empresa, que garantiu que não haveria possibilidade de alagamento.
O aumento da vazão, segundo a ANA, somente seria adotada caso a análise ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) identificassem risco de contaminação da água do rio pelo óleo na região próxima à foz.
A detecção ocorreu no dia 9 deste mês, mas até então, não existia, segundo os técnicos, a necessidade de aumento da vazão.
No mesmo dia em que foram constatadas as manchas, o governo de Sergipe descobriu que não poderia instalar boias rapidamente para tentar impedir que o óleo chegasse à área – pelo fato de os equipamentos não estarem disponíveis.
Assista
Uma carta circular enviada a imprensa na tarde de ontem, 22, mostra os valores alterados da vazão. De acordo com o documento, em dias úteis será praticada uma defluência média diária modulada de 1.280 m³/s, com os seguintes limites: "vazão de 1.600 m³/s no período de 10h às 18h; nas demais horas do dia será praticada vazão de 1.120 m³/s".
Aos finais de semana e feriados "será praticada uma defluência média diária de 850 m³/s. Excepcionalmente, para atendimento à demanda eletroenergética, poderá ser realizada operação com modulação, preservando-se os limites de vazão acima descritos".
Vale ressaltar que a carta circular não menciona que a mudança na vazão tenha relação com as manchas de óleo nas proximidades do rio, e sim por demanda eletroenergética devido a redução da geração eólica na Região Nordeste.